Homenagem a Miguel Serrano

A Câmara Municipal de Moura e o Sindicato dos Jornalistas promovem, a 23 de Abril, pelas 21 horas, uma homenagem ao jornalista Miguel Serrano, durante a qual será lançado o livro “Seara Resgatada”, uma colectânea de textos publicados pelo homenageado na década de 1950, no jornal “A Planície”.

A homenagem insere-se na Feira do Livro de Moura, coincide com o Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor e é próxima do 25 de Abril, o que permitirá homenagear também todos os homens e mulheres ligados à cultura que nos tempos da ditadura remavam contra a corrente, bem como todos os que agora escrevem em liberdade.

Miguel de Jesus Albardeiro Serrano nasceu em Moura a 17 de Maio de 1922 e principiou a sua carreira no jornalismo como colaborador do “Jornal de Moura”, depois de já ter publicado crónicas no “Diário do Alentejo”. Aos 30 anos, funda com João Varregoso e Joaquim Costa o jornal “A Planície”, projecto a que se juntariam Afonso Cautela, Domingos Janeiro e Jacquelino Telo.

No suplemento cultural de “A Planície”, o Ângulo das Artes e das Letras, colaboraram jovens e consagrados escritores como António Ramos Rosa, Carlos Porto, Serafim Ferreira, Cristovam Pavia, Ernesto Sampaio, Domingos Janeiro, Fernando Vieira, Alberto de Lacerda, Irene Lisboa, Maria Rosa Colaço, Jorge de Sena, Casimiro de Brito e José Rodrigues Miguéis, entre muitos outros.

Em 1957, já em Lisboa, foi admitido no então recém-criado “Diário Ilustrado”, do qual foi delegado no Porto, cidade onde fundou uma revista chamada “A Cidade”, com Maria Virgínia Aguiar e Orlando Neves.

Regressou a Lisboa em 1961, ingressando nos quadros do jornal “A República”, do qual foi, nos últimos cinco anos, chefe de redacção e onde se manteve até finais de 1974. Foi sub-chefe de redacção do “Diário de Notícias” e director da revista “Vida Rural” e, em 1976, foi um dos fundadores do matutino “O Diário”, onde exerceu os cargos de chefe de redacção e coordenador do suplemento cultural.

Em 1990 reformou-se e regressou ao Alentejo para exercer, em Beja, o cargo de director-adjunto do “Diário do Alentejo”. Ao longo da vida colaborou nas revistas “Ocidente”, “Vértice”, “Seara Nova” e “Vida Mundial”, bem como nas páginas literárias dos jornais “Comércio do Porto”, “Jornal do Fundão”, “Notícias da Amadora”, “Jornal de Notícias” e “Diário de Lisboa”.

Foi ainda escritor, publicando os livros “O Sinal”, “Noite Destruída e Procissão”, “Escada Rolante” e “Praia da Memória”, e escrevendo peças de teatro para adultos e crianças.

Antes de morrer, a 24 de Julho de 1996, ainda fundou o jornal “ABC”, um quinzenário regional e cultural de Algés, feito em conjunto com Domingos Janeiro, Correia da Fonseca e Armando Rodrigues.

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