O tribunal de Gabú, no Leste da Guiné-Bissau, condenou o Estado guineense a pagar 78,5 milhões de francos CFA (cerca de 119 mil euros) de indemnização à família dos jornalistas Aruna Jamanca, do jornal Gazeta de Noticias, e Sori Baldé, da Televisão da Guiné-Bissau, falecidos num acidente de viação em 2005.

A queixa-crime que deu origem ao caso partiu do Sindicato de Jornalistas e Técnicos e de Comunicação Social (Sinjotecs) da Guiné-Bissau, que processou o Estado por negligência na forma como os jornalistas foram conduzidos em reportagem até Gabú para cobrir eventos relacionados com o Dia Mundial de Luta contra a SIDA.

Segundo o Sinjotecs, a viatura em que seguiam dezenas de jornalistas guineenses, a 1 de Dezembro de 2005, estava em mau estado, o que terá contribuído decisivamente para o acidente de que resultaram os dois mortos já referidos, bem como ferimentos graves em seis outros profissionais.

De acordo com o advogado Silvestre Alves, o tribunal decidiu entregar 18 milhões de francos CFA aos herdeiros ou familiares directos dos dois jornalistas falecidos e os restantes 60,5 milhões serão repartidos entre os que sofreram danos físicos no acidente.

Silvestre Alves considerou que “a pena até é leve”, tendo em conta os danos provocados, enquanto Mamadú Candé, presidente do Sinjotecs, afirmou que, “apesar de tudo”, foi feita justiça e a sentença “satisfez as expectativas” da classe.