Grito de alerta em Itália em defesa da democracia

Jornalistas, políticos, intelectuais e representantes da sociedade civil lançaram a 30 de Janeiro, no decorrer dos Estados Gerais da Comunicação e da Cultura, em Roma, um grito de alarme para a necessidade de resolver o conflito de interesses de Silvio Berlusconi e recusar a Lei Gasparri.

“O objectivo da jornada era iniciar a elaboração de um projecto alternativo ao do governo e ao da maioria: esse objectivo foi conseguido graças à presença de centenas de pessoas da televisão, da cultura, da informação, do espectáculo e da sociedade civil”, disse Paolo Serventi Longhi, secretário-geral da Federação Nacional da Imprensa Italiana (FNSI), referindo-se ao manifesto de 13 pontos que foi aprovado no encontro.

Os Estados Gerais, onde primaram pela ausência os elementos do governo e do parlamento italiano, contaram com a presença da presidente da RAI, Lucia Annunziata, que ouviu alguns participantes criticarem o uso que o governo faz do sistema televisivo para ocultar a realidade italiana, em vez de informar a população.

O prémio Nobel Dario Fo disse mesmo que “nunca conheceu censura tão brutal e bem organizada como esta”, e afirmou que é a própria democracia que está em jogo com as proibições da informação, da sátira e do aprofundamento dos factos.

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