Greve na RFI entra no oitavo dia

Uma semana depois, os jornalistas da Radio France International (RFI) que entraram em greve a 11 de Fevereiro mantêm a sua posição, apesar de já verem uma luz ao fundo do túnel nas propostas do presidente da empresa, Jean-Paul Cluzel.

Em reunião a 16 de Fevereiro, a direcção da empresa ofereceu um prémio igual ao que foi dado pela Radio France aos seus grevistas: 400 euros a atribuir em Dezembro, a que se juntam os 450 euros já prometidos para Março. Porém, em assembleia geral os jornalistas optaram por prosseguir o protesto, com 80 votos a favor e um contra, dado que a direcção continua sem propostas para 2005.

“Não é o que exigimos”, afirmou um dos grevistas ao “Libération”, posição que coincide com a dos sindicatos, que pedem um esquema de aumentos plurianual e a resolução dos contratos de vários trabalhadores precários, que não são abrangidos pelo prémio de 850 euros proposto pela direcção.

Dizendo-se calmo e esperando que “o bom senso prevaleça”, Jean-Paul Cluzel afirma que as três reivindicações principais dos grevistas não têm razão de ser: as disparidades salariais com a televisão pública são inevitáveis, dado que são meios diferentes; invocar o plano Servat não faz sentido, pois já passaram dez anos; e as queixas relativas à precaridade não têm razão de ser, uma vez que existem acordos com os colaboradores.

Para terminar, Jean-Paul Cluzel critica “a cultura de greve que existe no audiovisual público” e, que no caso da estação a que preside, está “a prejudicar os ouvintes, especialmente os dos países africanos em que a RFI é a única fonte de informação”.

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