Greve na Agência Lusa tem adesão maciça

A greve dos jornalistas da agência Lusa, analisada às 15 horas do seu primeiro dia, denotava uma adesão maciça, inclusivé ao nível das chefias, verificando-se no entanto alguns procedimentos ilegais, que determinaram o Sindicato dos Jornalistas a apresentar queixa à Inspecção Geral do Trabalho.

1. Na sequência do pré-aviso de greve apresentado pelo Sindicato dos Jornalistas e após várias tentativas do SJ de ultrapassar o impasse negocial, os jornalistas da Agência Lusa estão a cumprir uma paralisação de quatro dias.

2. A greve, em apoio da reivindicação dos jornalistas de correcção dos seus salários de 2000, impostos unilateralmente pela Administração, está a verificar uma adesão maciça incluindo ao nível das chefias.

3. Dos poucos jornalistas que se encontram ao serviço, cinco deles têm funções executivas, outros são trabalhadores com contrato a prazo, e outros ainda nem sequer têm vinculo à Empresa, como é o caso dos estagiários.

4. Desde o início da greve registaram-se situações que lamentavelmente atentam contra a ética e a deontologia dos jornalistas: durante a madrugada de hoje, por exemplo, um sub-director, fora do seu horário de trabalho, substituiu trabalhadores em greve; algumas das peças distribuídas hoje pela Lusa são trabalhos assinados que se encontravam em carteira, cujos autores aderiram à  greve e que não foram consultados sobre a divulgação das mesmas.

Por outro lado registaram-se situações ilegais como é o caso dos horários de trabalho dos contratados a prazo terem sido alterados.

5. A situação referida no ponto anterior constitui, além do mais, um desrespeito por compromissos ontem assumidos pela Direcção de Informação, já que em reunião com a Comissão Negociadora, o Director de Informação Adjunto, Fernando Trigo, declarou que a DI não iria efectuar trocas de serviços de jornalistas ou colocar editores a substituir outros em greve.

6. Tendo surgido algumas dúvidas sobre o vínculo contratual de algumas pessoas ao serviço, e tendo-se constatado, por outro lado que na empresa não existem horários de trabalho devidamente legalizados, o SJ pediu hoje  a intervenção da Inspecção Geral do Trabalho.

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