Os jornalistas e fotógrafos do grupo britânico South Yorkshire Newspapers votaram massivamente a favor de três dias de greve, como forma de protesto contra a intransigência patronal ao fim de nove meses de negociações para a revisão da tabela salarial.
A acção de luta incluirá ainda manifestações à porta da empresa, situada na zona comercial de Doncaster, nas quais os trabalhadores irão alertar a população para as consequências que os baixos salários e a diminuição do pessoal podem ter, incluindo possibilidade de privar a população de um jornal local que valha a pena ler.
As greves estão previstas para 12, 18 e 19 de Julho, a menos que seja alcançado um acordo antes, até porque “a decisão de fazer greve não foi tomada de ânimo leve”, seguindo-se a “muitas tentativas de dialogar de forma consistente com a administração”, como explicou Emma Roots, delegada do Sindicato Nacional de Jornalistas (NUJ) neste grupo que pertence à empresa escocesa Johnston Press.
Os trabalhadores dizem-se profundamente preocupados com os cortes financeiros e a canalização de dinheiro para os accionistas da empresa-mãe, ao mesmo tempo que o pessoal vai perdendo poder de compra e o número de funcionários é reduzido a tal ponto que se torna quase impossível prestar um serviço informativo profissional.
Apesar de uma proposta de aumento de 2,75%, os jornalistas e fotógrafos do South Yorkshire Newspapers queixam-se de que o declínio em termos reais dos salários na última década é de tal ordem que será preciso mais do que um aumento equiparável à subida do custo de vida e afirmam que a política de salários de miséria seguida pela Johnston Press está a causar danos à própria indústria que lhe enche os cofres.