Governo dos Camarões fecha estação de televisão privada

Alegadas violações da lei da radiodifusão terão levado as autoridades dos Camarões a encerrar sumariamente, a 21 de Fevereiro, a Equinoxe Télévision, uma das principais emissoras privadas daquele país africano.

Lembrando que a estação ficou conhecida pela sua cobertura da tentativa do presidente Paul Biya em acabar com a cláusula constitucional que limita os mandatos presidenciais, o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) afirma que este encerramento visa condicionar a imprensa e levá-la a “enveredar pela autocensura no que toca à cobertura política”.

O encerramento da estação foi efectuado por um esquadrão da política antimotim, que ao início da tarde entrou nas instalações e selou os estúdios, dando à Equinoxe a cópia de uma ordem do ministro das Comunicações, onde se frisava que a emissora estava a operar ilegalmente por não ter pago a taxa de licenciamento da transmissão, no valor de 100 milhões de francos CFA (153 mil euros).

A referida taxa é avultada para a maioria das televisões privadas dos Camarões, sendo que apenas três canais – o Canal2 International, a Spectrum TV e a TV+ – a pagaram, tendo as restantes ficado num “regime de tolerância administrativa”, como lhe chama o secretário-geral do Sindicato de Jornalistas dos Camarões, Jean-Marc Soboth.

Porém, em declarações ao CPJ, o ministro das Comunicações, Jean-Pierre Biyiti Bi Essam, afirmou que a intenção do governo é aplicar a lei e encerrar todas as estações que estiverem em falta.

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