Governo do Zimbabué limita cobertura das eleições

O governo do Zimbabué anunciou a 24 de Março que a maioria dos pedidos de acreditação de órgãos de comunicação social internacionais para cobrir as eleições de 29 de Março foram recusados, sob a justificação de que o executivo está “atento a tentativas de

Entre os recusados estão a BBC, a CNN, a MSNBC, a emissora sul-africana E-tv, os diários britânicos “The Guardian” e “The Daily Telegraph” e o grupo de média sul-africano Independent Newspapers Group. Autorizada, mas com a acção algo limitada, ficou a South Africa Broadcasting Corporation, obrigada a utilizar o equipamento de transmissão via satélite da ZBC, emissora estatal do Zimbabué, em vez do seu.

Órgãos que já estavam previamente acreditados para trabalhar no país, como as agências Reuters, France Presse e Associated Press, bem como a estação de televisão por satélite Al-Jazeera, foram autorizados “por simpatia” a enviar pessoal de apoio, mas com o aviso de que os chefes de delegação seriam “inteiramente responsabilizados” pelo comportamento dos novos elementos.

Mas não foi só a imprensa estrangeira a ser afectada pelas proibições do governo, uma vez que também profissionais locais foram impedidos de cobrir o acto eleitoral, como bem exemplifica o caso de Hopewell Chin’ono, vencedor deste ano da “Bolsa de Liderança Desmond Tutu” e que foi colocado numa lista negra pela Media Information Commission (MIC).

Lembrando que o Zimbabué assinou em 2004 um documento internacional em que se comprometeu a garantir que os média nacionais e estrangeiros teriam acesso total às eleições, a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) criticou as decisões tomadas pelo executivo de Robert Mugabe, acusando-o de não garantir a liberdade de imprensa e de colocar em causa “eleições que era suposto serem democráticas”.

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