Frente Comum da RTP denuncia “ameaças e chantagens”

Os trabalhadores da RTP acusam a administração e o Governo de tentarem liquidar os seus direitos “através de ameaças e chantagens” e com “uma arrogância inaceitável em qualquer democracia”. A Frente Comum sindical convocou um plenário para 3 de Outubro, para “exigir respostas claras”.

A Frente Comum afirma, em comunicado, que enquanto “aumenta a pressão sobre os trabalhadores para pedirem a rescisão dos seus contratos”, a administração e o Governo agitam “na praça pública o fantasma dos despedimentos”.

Mas os trabalhadores não aceitam “rescisões sem regras”, nem que se “acabe com a empresa, substituindo-a por outra com contratados a prazo”.

Sobre o “novo Serviço Público de Televisão” as organizações representativas consideram que se criou um “tabu” e exigem “saber que projectos estão a ser cozinhados no segredo dos gabinetes”.

É o seguinte o texto integral do comunicado da Frente Comum, divulgado em 1 de Outubro de 2002:

COMUNICADO

O Conselho de Administração da RTP ignorou até à data o pedido da Frente Comum para uma reunião urgente destinada a debater o futuro dos trabalhadores e da empresa. Entretanto, sucedem-se na comunicação social declarações contraditórias do presidente do CA, Almerindo Marques, e do ministro da tutela, Morais Sarmento, cujo único objectivo é reforçar o clima de insegurança que se vive na RTP.

Com a prepotência que cada vez mais caracteriza o CA da RTP e o Governo, agita-se na praça pública o fantasma dos despedimentos, enquanto a nível interno aumenta a pressão sobre os trabalhadores para pedirem a rescisão dos seus contratos.

Com uma arrogância inaceitável em qualquer democracia, institui-se o tabu quanto ao que será o novo Serviço Público de Televisão, ao mesmo tempo que se procura liquidar legítimos direitos dos trabalhadores através de ameaças e chantagens.

Os trabalhadores não podem aceitar Ordens de Serviço para rescisões sem regras, sem diálogo e sem soluções para os seus problemas concretos, sem uma definição concreta do que se pretende para o SPT.

Os trabalhadores não podem aceitar que a pretexto da necessidade de saneamento da RTP se acabe com a empresa, substituindo-a por outra com contratados a prazo.

Os trabalhadores não podem aceitar que o CA faça tábua rasa do AE legalmente em vigor, como se de letra morta se tratasse.

É tempo de dizer basta. É tempo de exigir respostas claras para as questões que a todos inquietam. É tempo de se saber que projectos estão a ser cozinhados no segredo dos gabinetes. É tempo de juntar esforços e ir à luta.

Todos ao plenário de 5ª feira, dia 3, às 15h30

Comissão de Trabalhadores da RTP

Sindicato dos Jornalistas

Sindicato dos Trabalhadores das Telecomunicações

Sindicato dos Trabalhadores do Audiovisual

Sindicato do Meios Audiovisuais

Sindicato dos Engenheiros Técnicos

Sindicato dos Enfermeiros Portugueses

Federação dos Trabalhadores de Escritórios e Serviços

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