O encerramento do escritório da Agence France Presse (AFP) em Caracas, na Venezuela, com o consequente despedimento dos seus oito trabalhadores, quando estava em curso a negociação de um novo contrato coletivo de trabalho, levou a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) a considerar que a empresa agiu “de má fé, de forma gananciosa e com uma arrogância surpreendente”.

Segundo o Sindicato Nacional de Trabajadores de la Prensa (SNTP), associado da FIJ na Venezuela, o acordo colectivo da AFP não era renovado há dez anos e durante este tempo a cláusula que garantia aumentos salariais com base nos valores da inflação foi ignorada.

Para os trabalhadores, que estavam desde Março a tentar negociar aumentos salariais mínimos e alguma segurança laboral, nada legitima esta atitude da empresa, que tem 30 clientes no país que contribuíram este ano com receitas de 400 mil dólares.

O anúncio do encerramento dos escritórios de Caracas, os terceiros maiores da região, chegou na mesma altura que um comunicado interno da empresa, onde se afirma que a AFP vai manter os acordos de cobertura impressa e fotográfica com os clientes na Venezuela, recorrendo à rotatividade de correspondentes estrangeiros que falem espanhol e trabalhem na América Latina.