FIJ quer protecção militar para jornalistas não “incorporados”

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) apelou hoje às forças da coligação anglo-americana para garantirem a segurança dos jornalistas que estão a cobrir o conflito sem a protecção de unidades militares.

O apelo surgiu na sequência da morte do operador de câmara australiano Paul Moran e antes de ter sido confirmada a morte do jornalista britânico Terry Lloyd, desaparecido no sábado, próximo de Bassorá, e cujos dois companheiros continuam em paradeiro desconhecido.

A FIJ apelou ainda a uma maior contenção dos jornalistas e das empresas de média quanto à segurança. “A pressão competitiva entre as empresas de média, para ser o primeiro a dar a notícia, não deve sobrepor-se à necessidade de proteger as pessoas no terreno”, disse o secretário-geral da FIJ, Aidan White. O responsável da organização lembrou que “os jornalistas, em particular os «freelance», expõem-se a riscos terríveis se não mantiverem as distâncias”.

Aidan White sublinhou que os jornalistas não integrados em colunas militares também devem ser protegidos pelas forças anglo-americanas. “Não é aceitável que se crie um grupo privilegiado de jornalistas auto-designados como incorporados e ignorar as necessidades de jornalistas de todo o mundo que estão a cobrir o conflito”, afirmou.

O presidente da FIJ e dos jornalistas australianos, Christopher Warren, lamentou o desaparecimento de Paul Moran e afirmou que esta morte mostra como os jornalistas estão a fazer “sacrifícios trágicos” na cobertura da guerra no Iraque. “Toda a região é potencialmente perigosa e os jornalistas devem estar atentos às ameaças”, avisou.

No mesmo comunicado, a FIJ condenou a expulsão da equipa da CNN que se encontrava em Bagdad, considerando-a “um acto de vitimização contra o jornalismo profissional de um regime que não respeita a liberdade de imprensa”.

A Repórteres Sem Fronteiras revelou hoje que os quatro membros da CNN expulsos do Iraque chegaram à Jordânia. É a terceira vez desde 1990 que jornalistas deste canal são expulsos de Bagdad, Na capital iraquiana permanecem jornalistas norte-americanos da Associated Press, MSNBC, NBC e ABC.

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