Em nome da transparência, as instituições da União Europeia (UE) deveriam dar maior protecção aos funcionários que informam a imprensa do que está mal no interior da UE, considerou a 30 de Setembro a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ).
“A União Europeia não está a convencer os cidadãos de que o que acontece em Bruxelas é bom para eles e para o futuro da Europa”, afirmou Aidan White, secretário-geral da FIJ, numa reunião sobre informadores e a sua importância para a responsabilização institucional e democrática promovida pelo colectivo Journalists @ Your Service.
Para o dirigente sindical, uma cultura de censura no seio das instituições comunitárias tem vindo a vitimizar os funcionários públicos que revelam informações de interesse público, dando como exemplo o caso de Marta Andreasen, contabilista-chefe que foi suspensa por denunciar problemas no sistema contabilístico da União Europeia.
“Eis uma mulher que está em risco de ser despedida por ter dito a verdade. O problema que ela denunciou era conhecido no seio da Comissão, mas esta pretendia mantê-lo secreto para os cidadãos europeus”, disse Aidan White, acusando alguns líderes europeus de pensarem que as pessoas devem receber apenas a informação que melhor se adeqúe aos seus interesses políticos e empresariais.
A reunião contou com as participações dos informadores Paul Van Buitenen, que resumiu os acontecimentos que levaram à sua saída da Comissão Europeia e posterior eleição como eurodeputado pelo movimento holandês Europa Transparant; Dougal Watt, que falou da sua experiência como auditor no Tribunal Europeu de Auditores e das circunstâncias que ditaram o seu afastamento; e Martha Andreasen, que está em risco de ser demitida por ter tornado públicos problemas de contabilidade na União Europeia.