A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) pediu à procuradora Carla Del Ponte, do Tribunal Penal Internacional para a Ex-Jugoslávia (TPIJ), que retire as acusações contra Josip Jovic, jornalista croata acusado de ter publicado o nome de uma testemunha protegida.
Sem colocar em causa a importância do trabalho realizado pelo TPIJ, a FIJ considera que “o tribunal está a colocar em causa a sua própria reputação” ao prosseguir o caso contra Josip Jovic, uma vez que muitos outros órgãos já publicaram o nome da testemunha e, sobretudo, porque o artigo foi escrito há cinco anos e a identidade da testemunha estava publicamente disponível no sítio do TPIJ desde 1998.
Depois de se ter recusado a ir a Haia depor, Josip Jovic foi preso a 6 de Outubro pelas autoridades croatas, tendo sido libertado quando acedeu a comparecer perante o TPIJ, o que fez a 14 de Outubro, declarando-se inocente das acusações de desrespeito ao tribunal pela divulgação do nome de um político veterano croata que testemunhara no processo de julgamento dos crimes de guerra na ex-Jugoslávia.
Consciente de que muitos jornalistas croatas são da opinião que Josip Jovic deve ser responsabilizado pelas suas acções, a FIJ apoia no entanto a Associação de Jornalistas Croatas (CJA), a qual está a tentar encontrar uma solução para o problema, até porque outros cinco jornalistas que enfrentam penas similares já compareceram perante o tribunal, correndo o risco de serem multados em 100 mil euros ou presos durante sete anos.
Entretanto, Carla del Ponte já garantiu por escrito a Dragutin Lucic Luce, presidente da CJA, que a hipótese de encarceramento está afastada.