FIJ condena “caça às bruxas” no Camboja

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) denuncia as prisões recentes de repórteres e defensores da liberdade de imprensa no Camboja com base em acusações de difamação criminal, classificando-as de uma “caça totalitária às bruxas” por parte do governo de Hun Sen.

Baseando-se em dados da Associação Cambojana para a Protecção dos Jornalistas, o presidente da FIJ, Christopher Warren, diz que as autoridades moveram pelo menos nove processos de difamação criminal desde Outubro, por forma a silenciar críticas, seguindo assim o mau exemplo de países como a Indonésia ou a Tailândia, que “usam leis ultrapassadas para calar a imprensa” e “esmagar qualquer sentido de pluralismo e democracia”.

O caso mais recente ocorreu na primeira semana do ano, com a acusação formal de Pa Nguon Teang, jornalista e produtor do programa “Voice of Democracy”, a 5 de Janeiro, devido à sua participação numa manifestação a 10 de Dezembro, Dia Mundial dos Direitos Humanos.

Este caso ocorreu dias depois da prisão de Kem Sokha, um dos principais críticos do regime autoritário do Camboja e fundador do Centro Cambojano para os Direitos Humanos, entidade responsável pelo programa de rádio “Voice of Democracy”.

Detidos na prisão de Prey Sar, tanto Kem Sokha como Pa Nguon Teang enfrentam penas de prisão até um ano e/ou multas de 10 milhões de riels (dois mil euros).

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