FEJ organiza debate sobre precariedade no jornalismo

Evento vai ter lugar esta segunda-feira de manhã, em Bruxelas, no Press Club. Crise generalizada no setor da informação suscita preocupações.

A Federação Europeia de Jornalistas (FEJ) organiza, na próxima segunda-feira, no Press Club de Bruxelas (rue de Froissart, 95), entre as 10h30 e as 12h00, um debate acerca da precariedade no jornalismo. Na conversa, moderada por Willy De Backer (ETUI), vão participar Renate Schroeder (FEJ), Antonis Repanas (jornalista e sindicalista) e Florence Le Cam (Université Libre de Bruxelas).

A FEJ cita conclusões de um trabalho conjunto com o European Trade Union Institute (ETUI), segundo as quais, num quadro em que “não parece existir fim à vista para a crise que tem afetado os media”, a descida dos lucros dos diversos grupos do setor “está longe de ser o único sinal negativo”, uma vez que “os profissionais da informação também se encontram sob pressão”.

Preocupados com a situação generalizada de instabilidade e crise, também saliente em trabalhos de pesquisa junto de jornalistas europeus no ano passado, os responsáveis da FEJ apontam as múltiplas “reestruturações dos últimos 10 anos” e a perda diária de trabalhadores no setor como sinais inquietantes. Além disso, relacionam a proliferação de meios digitais com a exigência de “maior flexibilidade e capacidade para executar inúmeras tarefas diferentes” apresentada aos jornalistas como forma de aumentar a produtividade com menos meios e em menor intervalo de tempo.

Em simultâneo, a FEJ refere o crescente número de freelancers que fornecem trabalho em condições muito difíceis, apontando que “um terço dos associados dos sindicatos de jornalistas europeus estão nessa situação”. Ora, aquilo que consideram ser “o galopante aumento da precarização no setor da informação comporta consequências que vão muito além da esfera social” e, no fundo, “o que, de facto, está em jogo, é a qualidade da própria informação e, desse modo, a qualidade do debate democrático” numa altura em que “os defensores das verdades alternativas dispõem dos mais eficazes meios tecnológicos da história” para as difundir.

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