FEJ apela ao debate sobre protecção das fontes

A Federação Europeia de Jornalistas (FEJ) apelou a um debate urgente em defesa do “princípio sagrado” da protecção das fontes, envolvendo jornalistas, empresas de média e políticos, a propósito do caso de David Kelly.

“Nada – a não ser crimes graves – justifica a revelação das fontes dos jornalistas”, disse o presidente da FEJ, Gustl Glattfelder, em 23 de Julho. “É um ‘princípio sagrado’, reconhecido pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos e também reconhecido pelo Conselho da Europa na sua Recomendação R (2000) 7, que os jornalistas têm o direito de não revelar as suas fontes de informação”.

Em Maio, a FEJ lançou uma campanha, na sua Assembleia Anual efectuada em Praga, para a tomada de consciência dos perigos que ameaçam a protecção das fontes. “Os recentes desenvolvimentos no Reino Unido mostram outro buraco no muro de protecção”, disse Gustl Glattfelder. “Sem essa protecção, os jornalistas não serão capazes de cumprir o seu papel de ‘cães de guarda’ da democracia. Sem essa protecção, os ‘sopradores’ de informações confidenciais calar-se-ão”.

FIJ acusa governo britânico

O governo britânico e o Parlamento estão a “ameaçar os valores essenciais do jornalismo profissional”, denuncia a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), também a propósito do caso de David Kelly, instando o executivo de Tony Blair a mudar de atitude.A FIJ lembra que a protecção das fontes é “a pedra de toque do jornalismo”, e que o facto de ser desprezada pelo governo na sua batalha com a BBC “levou à trágica morte de David Kelly que terá falado ao repórter da BBC Andrew Gillian sobre a controversa justificação que o Reino Unido usou para fazer a guerra no Iraque”.David Kelly foi “vítima duma máquina política determinada em expor e punir funcionários públicos que falem com jornalistas, mesmo quando o fazem no interesse público”, disse Aidan White, secretário-geral da FIJ.

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