FEJ apela à defesa do serviço público de radiodifusão

A Federação Europeia de Jornalistas (FEJ) divulgou, a 27 de Janeiro, um manifesto em prol dos valores do serviço público de radiodifusão, prometendo um ano de luta para restaurar a qualidade e o pluralismo dos órgãos de comunicação audiovisual.

A FEJ solicita aos grupos políticos, às autoridades públicas e à sociedade civil para que unam esforços com vista a concretizar os princípios de um manifesto em defesa do modelo de serviço público europeu, ameaçado pela liberalização do mercado e pela tentativa dos comentadores políticos de manipularem a opinião pública.

Entre outros aspectos, o documento defende que o público tenha acesso a rubricas de qualidade, a informação imparcial e a programas livres de pressões políticas e comerciais, que o serviço público audiovisual dê voz às várias franjas da comunidade e que os jornalistas e restantes trabalhadores do sector tenham os seus direitos protegidos.

“Em 2005, o combate pelo pluralismo e a qualidade vai definir as acções de luta pelo futuro da radiodifusão pública”, que está sob fogo na maior parte dos países da Europa, caso de Portugal, Espanha, Itália, França, Dinamarca, Alemanha e Reino Unido, onde a BBC anunciou 3000 despedimentos, revelou a organização.

A FEJ argumenta que “os principais pilares da democracia e da liberdade de expressão são a força motriz dos média europeus”, e lamenta que as empresas de comunicação social privadas, ansiosas por maximizar os lucros, possam sacrificar a qualidade das emissões.

O apelo e o manifesto da Federação Europeia de Jornalistas tem lugar na sequência de um ano de crise no serviço público europeu de radiodifusão em que “nenhum dos canais estatais dos novos estados membros fez com êxito a transição para um serviço público genuíno, pelo que este resultou enfraquecido”.

Para a FEJ, as mudanças tecnológicas ocorridas nas redacções deviam funcionar como ponto de partida para uma nova era de serviço público em que as alterações aos métodos de trabalho dos jornalistas fossem acompanhadas de melhores condições de trabalho e de uma programação mais ambiciosa.

“No entanto, o que se passa é que os profissionais do sector têm empregos menos seguros, vêem-se obrigados a adquirir inúmeras novas competências para poderem acompanhar a evolução tecnológica e assistem ao desrespeito dos seus direitos de propriedade intelectual”, critica a FEJ, que quer ver o pluralismo e a qualidade dos média na agenda da União Europeia.

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