A viúva e uma das irmãs do operador de câmara espanhol José Couso, morto a 8 de Abril no ataque norte-americano ao Hotel Palestina, em Bagdade, vão avançar com procedimentos legais contra três militares dos EUA, com o apoio da Repórteres Sem Fronteiras (RSF).
As familiares exercerão a “acusação particular”, enquanto a RSF pretende constituir-se como “acusação popular”, com o objectivo de “dar maior peso à acção”, conforme afirmou Fernando Castello, presidente da organização.
Caso o juíz Guillermo Ruiz Polanco admita os procedimentos, no banco dos réus poderão sentar-se três militares – o sargento Gibson, que efectuou o disparo, o capitão Philip Wolford, comandante da unidade, e o tenente-coronel Philip de Camp, comandante do regimento e que deu a ordem para disparar – acusados de “crime de guerra” e “homicídio”.
No âmbito de uma queixa anterior de David Couso, irmão do jornalista da Telecinco, o magistrado espanhol recolheu a 23 de Outubro depoimentos de três jornalistas que testemunharam os acontecimentos.
Recorde-se que, além de José Couso, também o ucraniano Taras Protsyuk, repórter de imagem da Reuters, foi morto no ataque norte-americano ao Hotel Palestina, o qual albergava centenas de jornalistas que cobriam a guerra no Iraque.
Segundo um inquérito do exército norte-americano, datado de 12 de Agosto, os tripulantes do tanque limitaram-se a seguir as regras e actuaram em auto-defesa, tese contestada pela RSF, que alega ter informação que indica exactamente o oposto.