Eslovénia acusada de pressões contra televisão finlandesa

A Eslovénia tem usado canais diplomáticos para pressionar o governo da Finlândia a tomar medidas contra a televisão pública YLE, que transmitiu uma investigação implicando a empresa finlandesa de defesa Patria no alegado suborno de membros do executivo esloveno, incluindo o primeiro-ministro, para assegurar a venda de material militar, denunciou o Instituto Internacional de Imprensa (IPI).

Segundo o IPI, a 4 de Setembro o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) esloveno enviou uma nota diplomática à Embaixada da Finlândia, classificando as acusações feitas no documentário como “intoleráveis” e como “uma intervenção na campanha política eslovena antes das eleições legislativas”.

Na nota, o MNE considera que semelhante conduta “poderia abalar a confiança mútua entre os dois estados”, ambos membros da União Europeia, e exigia “a clarificação adequada do assunto”. O ministro finlandês dos Negócios Estrangeiros, Alexander Stubbs, respondeu sublinhando que os média do seu país são independentes e livres de intervenção política. Uma segunda nota terá sido recebida entretanto pela Finlândia.

“A pressão diplomática sobre o governo finlandês é uma forma inadequada de o governo esloveno lidar com os ressentimentos que terá relativamente ao modo como a comunicação social da Finlândia lidou com o caso Patria, sobretudo porque o governo esloveno já exerceu o direito de resposta ao abrigo das orientações do Conselho para os Mass Media da Finlândia”, afirmou o director do IPI, David Dadge.

Sem comentar o conteúdo do documentário da YLE, David Dadge “criticou fortemente o que parecem ser tentativas do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Eslovénia para coagir o governo finlandês a interferir com ou desacreditar a comunicação social do seu país, desafiando o princípio da independência editorial”.

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