Eleições no Brasil marcadas por atentados ao jornalismo

A cobertura das eleições de 1 de Outubro no Brasil foi marcada por diversos atentados contra o exercício do jornalismo, nomeadamente nos estados do Amapá, Alagoas, Paraná e Santa Catarina, denunciou a Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ).

Começando pelo norte do país temos o caso de Alcinéa Maria Cavalcante Costa, que sofreu penalizações da justiça eleitoral devido a acções movidas pelo senador e candidato reeleito José Sarney, que considerou uma ofensa à sua imagem o facto de a jornalista ter reproduzido no seu blogue informações, caricaturas e capas de órgãos de comunicação relativas a diversas fases da vida política do ex-presidente do Brasil.

Já no estado de Alagoas, o Tribunal Regional Eleitoral proibiu até o dia 1 de Outubro a publicação de qualquer matéria, reportagem ou entrevista sobre a morte de Sílvio Vianna, assassinado a tiro em 1996, no Litoral Norte de Maceió. A censura prévia atendeu a um pedido do candidato derrotado João Lyra, que é um dos acusados de participação no crime.

No Paraná, a coligação do governador e candidato à reeleição Roberto Requião pediu a quebra do sigilo telefónico de jornalistas do “Gazeta do Povo” e da “Folha de São Paulo”, além de tentar impedir a publicação de uma reportagem deste último jornal sobre o caso Rasera, o que foi recusado pela justiça, que considerou que tal constituiria “censura prévia”.

No estado vizinho de Santa Catarina, a equipa de distribuição do jornal “Gazeta de Joinville” foi abordada a 28 de Setembro por um grupo de homens que se fizeram passar por agentes da autoridade e tentaram impedir a entrega do jornal em Balneário Camboriú, ao que tudo indica por este trazer como manchete uma fotografia do candidato a vice-governador Leonel Pavan abraçado a dois supostos traficantes de droga investigados pela Polícia Federal e pelo FBI.

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