Eleições na Casa da Imprensa a 15 de Março

A eleição dos corpos gerentes da Casa da Imprensa, para o triénio 2006-08, efectua-se a 15 de Março. A única lista concorrente é encabeçada por Fialho de Oliveira (Assembleia Geral), José Silva Pinto (Conselho de Administração) e Mário Branco (Conselho Fiscal) e tem como lema “Honrar o passado, desafiar o futuro”.

No seu programa eleitoral, os candidatos afirmam-se animados “por duas atitudes convergentes: a do realismo na prática de uma gestão rigorosa, que consolide as actividades existentes, e a do dinamismo na abertura de perspectivas inovadoras, que configurem outras iniciativas e modalidades de apoio aos associados”.

A votação poderá ser realizada presencialmente, na sede da Casa da Imprensa, em Lisboa, entre as 15 e 30 e as 19 horas de dia 15, ou por correspondência, nos termos explicados nas cartas enviadas aos associados.

Composição da lista

A lista candidata tem a seguinte constituição:

ASSEMBLEIA GERAL

Presidente – Faustino Salgueiro Fialho de Oliveira

1º Secretário – Luís António Souto Guerra de Barros

2º Secretário – Pedro Jorge Reis Alves Vieira

1º Suplente – Maria Augusta Rodrigues da Silva

2º Suplente – Albino Ribeiro Cardoso

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Presidente – José Durão da Silva Pinto

Vice-presidente – Acácio António Pereira de Lima Barradas

Vogal – Armando Marques de Carvalho

Vogal – Ana Mafalda Meias Inácio Ribeiro Ferreira

Vogal – Paulo Manuel Fernandes da Silva

Vogal suplente – José António Antunes dos Santos

Vogal suplente – Margarida Ângela dos Santos Ferreira

Vogal suplente – José António da Costa Faria Artur

Vogal suplente – Ivone Maria dos Santos Vicente Graveto

CONSELHO FISCAL

Presidente – Mário Augusto de Pinho Branco

Secretário – Manuel Alberto Dias Coelho

Relator – Afonso Serra

Suplente – João Manuel Grego Esteves

Suplente – Mário Rui Rebelo Luís de Castro

Programa eleitoral

O programa eleitoral apresentado pela lista “Honrar o passado, desafiar o futuro” é o seguinte:

O grupo de associados que, por proposta da administração em exercício, se apresenta ao acto eleitoral de 15 de Março para gerir a Casa da Imprensa durante o triénio de 2006 a 2008, escolheu como lema «Honrar o passado, desafiar o futuro». Este lema consubstancia o propósito de corresponder aos pergaminhos da centenária e prestigiada instituição mutualista dos jornalistas, mantendo e valorizando o seu património e enfrentando de forma criativa os desafios do futuro. O programa eleitoral que nos propomos realizar caracteriza-se por duas atitudes convergentes: a do realismo na prática de uma gestão rigorosa, que consolide as actividades existentes, e a do dinamismo na abertura de perspectivas inovadoras, que configurem outras iniciativas e modalidades de apoio aos associados. Em conformidade com este propósito, queremos alargar o âmbito dos cuidados de saúde, desenvolvendo projectos de apoio domiciliário a associados que se encontrem acamados ou que tenham dificuldades extremas em deslocar-se. No mesmo sentido, pretendemos facultar melhor assistência e apoio social aos idosos sem apoio familiar, nomeadamente aos cônjuges sobrevivos, criando-lhes condições para alojamento em lares adequados, mediante a assinatura de protocolos com instituições de qualidade já existentes. Paralelamente, tencionamos criar um serviço de voluntariado feito pelos próprios jornalistas junto de outros jornalistas que estejam a suportar momentos de solidão. Ainda no âmbito da prestação de cuidados de saúde, procuraremos torná-los extensivos, tal como já acontece em Faro, a aglomerados de menor densidade associativa (como Coimbra, Aveiro, etc.), através de convénios a estabelecer com instituições locais.

Para facilitar a consecução destes objectivos tencionamos explorar a possibilidade de fazer com que a nossa instituição venha a beneficiar dos direitos e regalias legalmente atribuídos às entidades integradas na rede de IPSS (instituições particulares de solidariedade social).Sem pormos de lado o velho anseio de uma Casa do Jornalista – que inscrevemos na nossa agenda como um ideal exigente para o qual esperamos dar alguns passos seguros, se possível encontrando o local e o terreno para a sua implantação –, temos plena consciência de que se trata de uma ambição onerosa, para a qual não dispomos de recursos a curto prazo. Assim – e porque não nos contentamos com sonhos de concretização necessariamente demorada –, as soluções acima formuladas têm a vantagem de ser eventualmente realizáveis durante o nosso mandato. No capítulo das iniciativas socioculturais, há que rever o modelo que tem sido posto em prática à luz dos patrocínios obtidos para a sua realização, visto que o Montepio Geral retirou drasticamente o apoio que antigamente prestava, circunstância que deverá levar-nos a considerar se é de manter ou de substituir o vínculo protocolar da Casa da Imprensa àquela instituição.

Ao repensarmos a acção da Casa da Imprensa no campo cultural e recreativo, pretendemos encará-la como um todo, organizando um calendário que abranja, por exemplo, uma Grande Exposição de Artes Visuais (incluindo cartoons e design gráfico), em colaboração com o Museu da Imprensa, e um Ciclo de Cinema sobre Jornalismo e Jornalistas, de parceria com a Cinemateca Portuguesa. A par da Grande Noite do Fado, que há muito é parte integrante do calendário festivo de Lisboa e Porto, outras realizações, especialmente vocacionadas para atrair público jovem, deverão ser incluídas no plano das iniciativas, eventualmente com a organização de um Festival de Música do Mundo, se possível consagrado aos PALOP.

Também o modelo dos prémios atribuídos será repensado com vista à sua renovação, a fim de evitar que se banalizem pelo excesso de figuras e sectores distinguidos, concentrando-se inversamente num núcleo restrito e de inegável mérito, que privilegie sobretudo personalidades com acção relevante no sector dos media.

Incrementar a actividade cultural da sede, tirando maior partido do Salão Artur Portela, é outro dos propósitos a atingir, nomeadamente com a realização de conferências e debates sobre temas de actualidade especialmente relevantes e motivadores. Assim sendo, deverão ser retomadas as «Conversas de Jornalistas», que tanto êxito obtiveram aquando da sua realização. Para facilitar a organização destes actos, o Salão Artur Portela deverá ser objecto de adaptações que a modernizem, nomeadamente pela transferência, para outro local do edifício-sede, da biblioteca lá existente e à qual cumpre dar outro destino que não seja o de envelhecer sem qualquer utilidade prática. Será preciso concluir o inventário dos livros existentes, atribuindo à biblioteca uma orientação específica, de forma a reunir sobretudo livros da autoria de jornalistas ou que versem temas sobre jornalismo, susceptíveis de captar o interesse dos investigadores e estudantes de comunicação social.

Depois de concluída a projectada modernização do Salão Artur Portela, deverá o mesmo ser dado a conhecer amplamente, através de folheto apropriado a distribuir pelo maior número possível de entidades que estejam em condições de o alugar para a realização de eventos, constituindo assim uma regular fonte de receitas.

Ainda no capítulo das beneficiações, é de prosseguir a recuperação do património imobiliário, unindo por uma passagem aérea os edifícios da Rua da Horta Seca e da Rua do Loreto e alargando assim as instalações da sede, de modo a conferir-lhes melhor aproveitamento e operacionalidade, inclusive com a criação de um espaço multimédia destinado não só aos associados mas também aos jornalistas estrangeiros ocasionalmente de passagem por Lisboa. Com o mesmo espírito – e também com a finalidade de criar uma zona de convívio entre associados e seus convidados – admite-se a possibilidade de recuperar a cave do edifício-sede, onde já funcionou um bar, cuja reabertura e exploração deverá ser reconsiderada.

Melhorar a comunicação com os associados faz também parte das intenções que nos animam. Com esse intuito, pretendemos introduzir melhorias no sítio da Casa da Imprensa na Net, por forma a torná-lo mais útil e apelativo como fonte de informação, nomeadamente como portal de acesso a outros sítios relacionados com a comunicação social e blogues de jornalistas.

Ainda no plano comunicacional, para além das entidades já acima referidas, queremos intensificar o relacionamento com instituições afins (Sindicato dos Jornalistas, Clube de Jornalistas, Clube de Imprensa, Observatório da Imprensa e Associação da Imprensa Estrangeira) para a realização de actividades conjuntas e, sempre que possível, permuta de benefícios entre os respectivos associados.

No âmbito da organização interna, tencionamos criar um Conselho Consultivo integrado por antigos dirigentes e mutualistas prestigiados, que possa ser chamado a pronunciar-se informalmente sobre questões importantes a respeito das quais o Conselho de Administração deseje ouvir opiniões qualificadas. Também no plano interno, será estimulada a formação mutualista de todos os trabalhadores e proceder-se-á à reforma inadiável dos Estatutos e do Regulamento de Benefícios, cuja desactualização é patente.

Finalmente – mas não por último –, comprometemo-nos a envidar todos os esforços, junto das entidades governamentais competentes, para que a Casa da Imprensa seja ressarcida, no mais curto prazo, da dívida emergente da publicação do Decreto-Lei n.º 135/98, de 19 de Março. Trata-se do valor restante de uma velha dívida do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social ao Fundo Especial de Segurança Social dos Jornalistas. Atendendo à sua dimensão, que atinge cerca de um milhão de euros, esta verba possibilitaria à Casa da Imprensa não apenas realizar, com êxito absoluto, todas as acções enunciadas neste programa eleitoral, mas sobretudo enfrentar com segurança os tempos difíceis que se avizinham e que, no domínio da saúde, como é certo e sabido, ameaçam aumentar encargos e reduzir benefícios. Sem sermos catastrofistas, manda a prudência que desejemos o melhor, preparando-nos para o pior.

Nesta conjuntura, a eleição a que concorremos não pode ser encarada como um acto circunstancial de importância relativa. Estamos decididos a dar à Casa da Imprensa o melhor de nós, mas precisamos de sentir que não estamos isolados e temos o apoio da massa associativa. Aguardamos, pois, com natural expectativa, que através do voto nos seja transmitido um inequívoco e estimulante sinal de confiança, na certeza de que tudo faremos para o merecer.

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