Editor cingalês assassinado

Lasantha Wickrematunga, editor do semanário cingalês “Sunday Leader”, foi morto a tiro por dois homens numa motorizada quando se dirigia, na manhã de 8 de Janeiro, para o trabalho, em Colombo, capital do Sri Lanka.

Lamentando a perda de um “jornalista talentoso, corajoso e iconoclasta”, a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) acusou o presidente Mahinda Rajapaksa, os seus sócios e os média do governo de serem “directamente culpados por terem incitado ao ódio contra o jornalista e por permitirem um nível ultrajante de impunidade no que respeita à violência contra a imprensa”.

Segundo a RSF, o presidente do Sri Lanka apelidou o editor assassinado de “jornalista terrorista” durante uma entrevista com um representante da organização em Colombo, em Outubro, e o irmão do governante, Gotabhaya Rajapaksa, conseguiu por via judicial que o jornal – conhecido pelo seu jornalismo de investigação sensacionalista a casos de corrupção e abuso de autoridade – fosse impedido de o mencionar durante semanas.

Chocada com o assassinato do editor do “Sunday Leader”, a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) deu conta da reacção do presidente do Sri Lanka, que condenou o crime e sugeriu que o assassinato de Lasantha Wickrematunga faria parte de uma conspiração para desacreditar o seu governo.

“Saudamos a preocupação do presidente, mas dada a história de ataques pessoais que Lasantha e o seu grupo de imprensa sofreram às mãos das autoridades, é impossível ignorar o facto de que o governo tem alguma responsabilidade pela criação do clima que levou a este desfecho ultrajante”, frisou o secretário-geral da FIJ, Aidan White.

Por seu turno, o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) apelou aos embaixadores em Colombo para que pressionem o presidente do Sri Lanka a acabar com os ataques que têm vindo a afectar a classe, pois além do assassinato do editor do “Sunday Leader” há a registar o ataque de 15 homens armados aos estúdios da Maharaja TV nos subúrbios da capital.

A estação alvo dos ataques foi acusada por alguns órgãos de comunicação estatais de não ser patriota na sua cobertura da guerra entre as autoridades e os Tigres do Tamil.

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