Dois jornalistas mortos e nove desaparecidos no Iraque

Dez dias após o início dos combates, a guerra no Iraque já causou a morte a dois jornalistas, além de dois feridos e nove desaparecidos, confirmando os receios quanto à segurança dos profissionais da comunicação social que estiveram na origem de inúmeros alertas de organizações de jornalistas e de defesa da liberdade de Imprensa.

A Repórteres Sem Fronteiras (RSF) pediu hoje aos beligerantes que participem nos esforços para encontrar os nove jornalistas cujo paradeiro é desconhecido.

Um operador de câmara da estação Al-Jazeera desapareceu hoje, próximo de Bassorá, quando a equipa de quatro pessoas que integrava se preparava para filmar a chegada de tanques britânicos. Os blindados abriram fogo e três dos funcionários da estação conseguiram escapar. Devido ao peso do equipamento, o operador de câmara preferiu esconder-se e não voltou a ser visto.

Três trabalhadores da estação Al Arabyia estão desaparecidos desde dia 22. Trata-se do jornalista sírio Wael Awad, o operador de câmara Talal Fawzi al-Masri e o técnico Ali Hassan Safa, os dois últimos de nacionalidade libanesa. O grupo desapareceu próximo de Nassiriya.

Dois jornalistas norte-americanos do diário “Newsday”, Moises Saman e Matthew McAllester, foram vistos pela última vez no dia 24, no hotel Palestina, o mesmo onde se encontram os repórteres da RTP e da SIC. Os dois jornalistas estavam prestes a ser deportados pelos iraquianos. O repórter fotográfico «freelance» Molly Bingham, igualmente prestes a ser expulso, também desapareceu em Bagdad.

Continuam desaparecidos desde dia 22 os membros da equipa do jornalista britânico Terry Lloyd, Fred Nérac e Hussein Osman.

Terry Lloyd morreu quando a equipa foi apanhada num tiroteio próximo de Bassorá. O australiano Paul Moran foi assassinado no dia 21, no Curdistão iraquiano.

Os jornalistas portugueses Alfredo Leite, director-adjunto do “Jornal de Notícias”, e José Manuel Rosendo, da RDP, foram libertados ontem na aldeia de Cizre, no Curdistão turco. Tinham sido detidos no mesmodia pela polícia secreta turca, por terem entrado numa zona militar proibida. Em declarações ao “Público”, José Manuel Rosendo afirmou que os jornalistas foram autorizados a entrar na zona, tendo apenas sido proibidos de tirar fotografias.

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