Direitos sindicais de jornalistas desrespeitados na Turquia

O jornal “Sabah” e a emissora televisiva ATV despediram dez jornalistas que fizeram greve, bem como 32 outros que não participaram na paralisação, a qual está integrada numa campanha pelo reconhecimento dos direitos sindicais dos trabalhadores, que deste modo pretendem criar condições para negociar um acordo colectivo com o grupo Turkuvaz, dono de ambos os órgãos.

A greve no grupo Turkuvaz é a primeira levada a cabo nos média turcos desde 1980 e os despedimentos que dela resultaram foram considerados ultrajantes pela Federação Europeia de Jornalistas (FEJ), que lamenta que um país candidato à União Europeia permita a infracção de direitos humanos inscritos em várias convenções internacionais, como a Carta Europeia de Direitos Fundamentais, por exemplo.

“Não podemos aceitar que os direitos sindicais, especialmente a lei sobre acordos colectivos e o direito à greve, sejam considerados tão fora de moda que não sejam respeitados”, afirmou o presidente do Sindicato Turco de Jornalistas, Ercan Ipekçi, instando o governo do seu país a intervir, pois as acções da entidade empregadora são “ilegais tanto na lei turca como na europeia”.

Por seu turno, o presidente da FEJ, Arne König, garantiu que a organização que dirige irá levantar esta matéria junto de representantes do Parlamento Europeu e da Comissão Europeia, pois se a Turquia não puser cobro a este desrespeito pelos direitos sociais dos trabalhadores, as suas conversações com a União Europeia devem sair prejudicadas.

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