O diário húngaro “Magyar Hirlap” está em risco de fechar, o que provocaria a perda de mais de 80 postos de trabalho e o fim de uma referência no jornalismo daquele país da União Europeia, anunciou a Federação Europeia de Jornalistas (FEJ).
A FEJ apelou ao Ringier Publishing Group, a empresa de comunicação suíça que detém o jornal, para que reconsidere a decisão de encerrar o “Magyar Hirlap”, um dos títulos do grupo na Hungria, a par do diário “Népszabadság”, do tablóide “Blikk”, do diário desportivo “Nemzeti Sport” e de várias revistas.
“Este jornal é uma referência da liberdade de imprensa na região, que ganhou apoio pelos seus editoriais duros e jornalismo não partidário num mercado de imprensa politizado. O seu encerramento seria um desastre para o jornalista independente na Hungria e em toda a região”, afirmou o secretário-geral da FEJ, Aidan White.
Para a organização de defesa dos jornalistas, a decisão do grupo suíço prova como a concentração dos média e o excesso de propriedade estrangeira prejudicam o pluralismo mediático.
Aliás, segundo o chefe de redacção do diário, Pal Szombathy, o grupo suíço recusou um plano da redacção para salvar o jornal, que incluía a procura de novo dono para o título e o trabalho sem remuneração dos jornalistas durante esse período transitório.
A luta contra o encerramento do “Magyar Hirlap” tem recolhido o apoio de figuras públicas como o antigo presidente Arpad Goncz, o Prémio Nobel da Literatura Imre Kertesz e o realizador de cinema Istvan Szabo.
Segundo a FEJ, vários observadores temem que a decisão de encerramento deste jornal de referência seja um exercício de marketing para aumentar a penetração de mercado de outro título do grupo, o “Népszabadság”.