Detenção do jornalista João de Barros preocupa Sindicato

A detenção durante 48 horas do jornalista João de Barros, pelas autoridades da Guiné-Bissau, foi condenada pelo Sindicato dos Jornalistas (SJ), que enviou uma carta de protesto ao Embaixador da Guiné-Bissau em Lisboa, em 20 de Junho.

A carta do SJ lamenta que João de Barros, director do “Correio de Bissau”, tenha sido mais uma vez detido “em razão do exercício da sua profissão e do direito de opinião”.

Apesar de libertado, o jornalista guineense tem de apresentar-se ao Ministério Público, de dez em dez dias, o que é criticado pelo Sindicato por ser uma medida de “coacção psicológica, além de limitadora da sua liberdade de movimentos, imprescindíveis à sua actividade profissional.”

Para o Sindicato dos Jornalistas portugueses, a atitude das autoridades guineenses levanta uma “séria preocupação quanto às condições que os nossos camaradas de profissão enfrentam na Guiné-Bissau, as quais colocam em crise o papel fundamental dos jornalistas e dos meios de comunicação social na construção de uma nação mais livre e justa.”

João de Barros foi preso em 18 de Junho, e esteve detido durante 48 horas, acusado de um delito de opinião. O jornalista criticara as declarações do Presidente da República, Kumba Ialá, que afirmou estar disposto a “esmagar” a Gâmbia, que acusou de se envolver nos assuntos internos da Guiné-Bissau.

Após ter sido libertado, o jornalista criticou Baciro Dadó, um elemento dos serviços de segurança da Guiné-Bissau, que ocupava já uma posição preponderante quando Nino Vieira era o Presidente da República. Essas declarações levaram a que o jornalista fosse, de novo, interpelado pelas autoridades guineenses.

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