Despedimentos no “Record” e na Global de Notícias

O comunicado emitido hoje pelo Sindicato dos Jornalistas (SJ) sobre a situação no “Record” e no Canal de Notícias contém, por lamentável lapso, duas informações incorrectas nos seus pontos 1 e 4, quanto ao número de jornalistas a dispensar e quanto ao fac

Despedimentos no “Record” e na Global Notícias preocupam SJ

1. O Sindicato dos Jornalistas (SJ) está a acompanhar a situação no jornal “Record”, onde a Cofina pretende dispensar quatro a cinco jornalistas, bem como o processo de despedimento colectivo encetado pela Global Notícias, na sequência do encerramento do semanário “Tal & Qual”.

2. Ambas as situações mostram, mais uma vez, como a concentração da propriedade de meios de informação não constitui uma garantia de segurança no emprego quando um dos órgãos de informação é atingido por decisões de gestão drásticas. Em situações de crise, o patronato age como se a empresas não possuíssem outros títulos ou como se os grupos não existissem.

3. No caso do semanário “Tal & Qual”, cuja extinção o Sindicato lamenta, a Direcção do SJ espera que os direitos e interesses dos jornalistas sejam devidamente acautelados e que, especialmente, seja garantida a possibilidade de integração noutras redacções dos profissionais que decidam não aceitar as rescisões propostas.

4. A situação no “Record” pode ter contornos mais complexos pelo contexto do próprio grupo económico, que prepara uma fusão por incorporação da Edisport, proprietária do jornal, na “Canal Negócios”, cujos efeitos sociais deverão ser devidamente acautelados, pois é legitimo recear que tal operação abra caminho a despedimentos de jornalistas.

5. No imediato, é inaceitável o recurso, pela Administração da Cofina, a uma prática já várias vezes verberada pelo SJ, por potencialmente ofensiva da dignidade pessoal e profissional dos jornalistas: a existência de listas de “dispensáveis”. Com efeito, o Sindicato admite que, em certas circunstâncias, as empresas possam abrir processos especiais de rescisão de contratos de trabalho, desde que estes sejam abertos à iniciativa voluntária dos eventuais interessados e nunca imposições dirigidas a grupos ou jornalistas seleccionados.

6. A propósito, o SJ volta a apelar aos directores dos órgãos de informação, para que se recusem a elaborar quaisquer listas de jornalistas “dispensáveis” e a confrontar camaradas seus com tal procedimento. Além de constituir uma tarefa que não cabe nas suas competências, representa um fardo injustamente colocado nos seus ombros pelas empresas.

7. O Sindicato apela às empresas, para que respeitem os direitos e interesses dos jornalistas e para que desenvolvam processos que conduzam à resolução dos seus problemas sem o sacrifício dos postos de trabalho. E exorta os jornalistas a defender colectivamente tais direitos, com espírito de solidariedade e camaradagem.

Lisboa, 31 de Outubro de 2007

A Direcção

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