A estação televisiva Al Manar, do grupo xiita libanês Hezbollah, pode vir a ter de parar com as suas emissões em França, uma vez que um pedido nesse sentido foi apresentado a 30 de Novembro pelo Conselho Superior do Audiovisual (CSA) francês.
O CSA, que autorizou o canal a difundir a 20 de Novembro, alega agora que as emissões da Al Manar incentivam desacatos da ordem pública, tendo solicitado ao Conselho de Estado que ordene ao operador francês de satélite Eutelsat o fim das emissões.
O Conselho Superior do Audiovisual recorre pela segunda vez à máxima autoridade administrativa francesa, à qual já tinha pedido em Julho a proibição do canal por uma das séries que este emitia alegadamente veicular uma mensagem anti-semita.
À data, o Conselho de Estado recomendou um acordo com a Al Manar que implicava a autorização de emissão em troca de várias obrigações, mas a concessão de transmissão do canal em França tem vindo a motivar críticas por parte de organizações anti-racistas e de defesa dos direitos humanos.
Presentemente, o CSA quer o fim das emissões do canal do Hezbollah porque a estação não estará a respeitar os compromissos assumidos, que incluem a proibição de incitar ao ódio ou à violência, especialmente por razões de religião ou nacionalidade.
O CSA afirma que, a 23 de Novembro, um especialista em assuntos relativos à entidade sionista falou ao canal dando a entender que Israel tentou propagar doenças como a SIDA nos países árabes, o que o Conselho do Audiovisual entende como declarações susceptíveis de alimentar antagonismos entre determinadas comunidades e países.