A Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa adoptou na semana passada um extenso relatório em que aconselha o Conselho e a União Europeia a unirem esforços para fazer frente à crise de concentração dos média na Europa e, em particular, na Itália.
Apesar da aprovação deste documento, a Federação Europeia dos Jornalistas (FEJ) endereçou no dia 29 uma carta ao presidente da assembleia parlamentar, Peter Schieder, expressando o seu desapontamento por o texto não referir medidas concretas para resolver a concentração dos órgãos de comunicação, que é sobretudo flagrante em Itália, onde Silvio Berlusconi detém um grande peso sobre os média transalpinos.
Para Arne Konig, da FEJ, apesar do relatório criticar a concentração dos média e de apelar ao Parlamento Italiano para que resolva a crise no país, não sugere formas de actuação a nível da Europa que permitam enfrentar o actual estado de coisas.
O mesmo responsável acrescentou que “um trabalho conjunto do Conselho da Europa e da União Europeia poderia desafiar realmente os proprietários dos média que estão a minar o pluralismo e a diversidade, enquanto continuam a consolidar o seu domínio na área da comunicação de todo o continente, e em especial nos novos estados-membros da UE.”
Por esse motivo, a FEJ lamenta que a falta de uma maioria de dois terços na Assembleia Parlamentar tenha levado à rejeição das recomendações para trabalhar com a União Europeia nesta matéria, uma vez que tal “enfraquece os esforços para desenvolver um verdadeiro sector público de radiodifusão em muitos países da Europa Central e de Leste”.