Comunicação Social: mudar de ministro não basta

A Direcção do Sindicato dos Jornalistas congratulou-se hoje, 4 de Abril, com a demissão de Miguel Relvas do Governo, mas considerou que não basta mudar de ministro, sendo necessário alterar a política do Governo e da maioria parlamentar para a Comunicação Social.

Em comunicado a propósito da demissão do Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, conhecida esta tarde, a Direcção salienta que Miguel Relvas foi o executante do desígnio do PSD de desmantelar os Serviços Públicos de Rádio e Televisão, tendo alimentado uma campanha contra a RTP.

O comunicado é do seguinte teor:

Sobre a demissão de Miguel Relvas: Não basta mudar de ministro!

1. A Direcção do Sindicato dos Jornalistas congratula-se com a demissão de Miguel Relvas do cargo de Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, mas não ignora que não é por mudar de executante que o Governo mudará necessariamente de política para o sector da Comunicação Social, especialmente quanto às empresas RTP e Lusa.

2. Ao longo do seu mandato, o ministro Miguel Relvas alimentou obsessivamente o objectivo de privatizar pelo menos parcialmente e de desmantelar os Serviços Públicos de Rádio, Televisão e Agência Noticiosa, não hesitando em lançar mão de uma campanha de desprestígio contra a RTP e em reduzir drasticamente as indemnizações compensatórias devidas à RTP e à Lusa.

3. Embora não tenha alcançado ainda o objectivo de privatizar parte dos Serviços de Rádio e de Televisão, o Governo, através do ministro Miguel Relvas, acabou por vir a impor a realização de uma reestruturação que, a consumar-se, terá custos muito elevados para os trabalhadores ao serviço da RTP e para a capacidade e a qualidade dos serviços que a empresa presta, com consequências para os cidadãos.

4. Não alimentando ilusões quanto ao desígnio que o PSD há muito acalenta, com o firme propósito de destruir os serviços públicos, nem quanto às possibilidades de o CDS recuar no seu comportamento seguidista, o SJ só pode reafirmar que não basta mudar de ministro, antes se impõe uma efectiva mudança de política que defenda e reforce os Serviços Públicos de Rádio, Televisão e Agência Noticiosa de modo a cumprirem o papel que lhes cabe ao serviço dos portugueses e do País.

Lisboa, 4 de Abril de 2013
A Direcção

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