O controverso realizador de cinema e colunista Theo Van Gogh foi assassinado em Amesterdão, Holanda, no dia 2 de Novembro, quando se dirigia de bicicleta para os estúdios
Theo Van Gogh, que foi primeiro esfaqueado e depois alvejado com seis tiros, recebia ameaças de morte desde a exibição televisiva, em Agosto, do seu filme “Submissão”, sobre a situação das mulheres muçulmanas. O autor do crime terá sido um indivíduo de 26 anos com dupla nacionalidade – holandês e marroquino – que deixou no corpo da vítima um bilhete com excertos do Corão.
Além deste filme, Theo Van Gogh, descendente do irmão do célebre pintor, é autor de uma outra película recentemente terminada sobre o assassinato, em 2002, do líder do partido populista Pim Fortuyn. Para além de ter publicado três livros, Theo Van Gogh colaborava com diversos órgãos de comunicação social, caso do diário “Metro”.
A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) e a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) condenaram de imediato o assassinato.
Repudiando esta morte “brutal e arrepiante”, a FIJ manifesta o seu receio de que as repercussões do crime possam conduzir a um clima de tensão na Holanda, onde existem diversas comunidades, enquanto a RSF sublinha que “ninguém deve morrer por expressar os seus pontos de vista, por mais que estes sejam chocantes ou polémicos”.