A embaixada chinesa em Ottawa retirou os vistos que tinha emitido para dois jornalistas canadianos da New Tang Dynasty TV (NTDTV) que pretendiam cobrir a visita do primeiro-ministro do Canadá, Paul Martin, à China, entre 20 e 23 de Janeiro.

A 12 de Janeiro, o gabinete do primeiro-ministro canadiano informou a NTDTV que os passaportes e vistos dos jornalistas David Ren e Danielle Zhu poderiam ser levantados, mas os mesmos foram recolhidos por responsáveis da embaixada chinesa antes que os jornalistas os pudessem levantar, tendo a embaixada acabado por decidir que os dois repórteres não seriam autorizados a ir à China.

“Esta proibição de entrada em território chinês é mais um exemplo da determinação do governo de Wen Jiabao em controlar todos os órgãos de comunicação chineses, mesmo aqueles sediados no estrangeiro”, acusou a Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

A decisão também não agradou ao gabinete do primeiro-ministro canadiano, que enviou uma mensagem às autoridades chinesas considerando o caso como “muito grave”, uma vez que “a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa fazem parte dos valores do Canadá”.

A rede NTDTV tem cerca de 50 estações em todo o mundo, quatro das quais operam no Canadá, e as autoridades de Pequim acusam-na de pertencer ao movimento religioso Falun Gong, considerado na China como uma “seita diabólica”.

Este incidente diplomático chinês segue-se a um outro ocorrido na passada semana e que envolveu a expulsão de 40 jornalistas de uma sala onde parlamentares sul-coreanos estavam a dar uma conferência de imprensa sobre a situação dos refugiados norte-coreanos.