China ameaça liberdade de imprensa

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) teme que as autoridades chinesas iniciem uma “guerra total à liberdade de imprensa”, devido aos planos de proibição de novos canais de televisão estrangeiros, ao aumento da censura, às recentes ameaças de processar um jornalista por espionagem e à proibição de um canal por satélite global.

“A China está a virar as suas baterias contra o jornalismo e a liberdade de expressão em várias frentes. É impossível não concluir que esta nova vaga de intolerância e intimidação do jornalismo independente possam representar o início de uma guerra total à liberdade de imprensa”, afirma Aidan White, secretário-geral da FIJ.

Segundo a organização, nos últimos dois anos o governo chinês intensificou a campanha de censura, que juntamente com a recente acusação de espionagem contra o jornalista Ching Cheong – que enfrenta a pena de morte – provoca “um efeito paralisante na cobertura mediática no país”.

Ainda de acordo com a FIJ, soube-se a 5 de Agosto que o Ministério da Cultura chinês pretende apertar o controlo sobre os 32 operadores de tv por satélite estrangeiros que possuem licenças para trabalhar no país, além de ter planos para proibir novas licenças de importação de jornais e revistas, publicações electrónicas, produtos audiovisuais e livros para crianças.

“Embora as grandes empresas de média ocidentais lutem entre si pelo acesso ao lucrativo mercado chinês, é preciso que não ignorem a chocante verdade de que a China está a amordaçar as opiniões livres e independentes. É necessário que os governos, as organizações e os órgãos de comunicação internacionais se unam na defesa dos valores democráticos e dos jornalistas”, conclui Aidan White.

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