CBC recorre a emissoras internacionais para preencher espaços

A Canadian Broadcasting Corporation (CBC) está a usar os programas de emissoras internacionais como a BBC para preencher os espaços vazios criados pela sua decisão de impedir a entrada de 5500 trabalhadores nas instalações da empresa, depois do falhanço nas negociações contratuais, a 15 de Agosto.

Esta prática é condenada pela Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) e pela Federação Europeia de Jornalistas (FEJ), que solicitaram a União Europeia de Radiodifusão (UER) que impedisse os seus membros de fazer algo que ajude a CBC a prosseguir com esta actuação.

“A utilização do material de uma emissora pública para ajudar ao ataque de outra às carreiras e condições de trabalho do seu pessoal é um desrespeito da pior espécie. A empresa deveria voltar à mesa das negociações e parar de comprometer a reputação das emissoras públicas internacionais, ao usá-las para preencher buracos causados pela sua própria atitude beligerante para com o seu pessoal”, afirmou o secretário-geral da FIJ e da FEJ, Aidan White.

A ruptura nas negociações entre a empresa canadiana e os trabalhadores deveu-se à exigência da primeira em querer contratar trabalhadores temporários para preencher as vagas agora ocupadas por pessoal do quadro, o que não foi aceite pelos sindicatos e levou a CBC a impedir o acesso dos trabalhadores às suas instalações.

Segundo Arnold Amber, da Canadian Media Guild (CMG), a 16 de Agosto registaram-se tentativas de mediadores federais para quebrar o impasse nas negociações, mas as propostas avançadas foram rejeitadas pela administração da CBC.

Por isso, a FIJ apela aos seus associados de todo o mundo que sigam o exemplo dos sindicatos de jornalistas norte-americanos e instruam os seus membros a não fazerem qualquer tipo de trabalho que prejudique a posição dos trabalhadores da CBC, já que estamos perante “uma situação que atinge o centro da luta pelos valores de serviço público na radiodifusão”.

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