Caso Plame vira-se contra a Casa Branca

A maioria dos norte-americanos aprova o despedimento de Karl Rove – principal assessor político de Bush – por ter revelado à imprensa a identidade de uma agente da CIA, revela uma sondagem divulgada a 19 de Julho pela cadeia de televisão ABC.

De acordo com a sondagem, 75 por cento dos inquiridos acham que o presidente George W. Bush deve despedir Rove, a comprovar-se a sua responsabilidade no caso Valerie Plame.

O escândalo que agita os EUA ameaça assim virar-se contra a administração republicana, já que Rove é reconhecido como um dos principais obreiros da carreira política e da eleição de Bush como presidente.

Obrigado pelo tribunal a revelar as suas fontes, o jornalista da “Time”, Mattew Cooper, não só apontou Rove como primeiro informador como envolveu também no caso outro destacado funcionário da Casa Branca, Lewis Libby, tido como braço direito do vice-presidente Richard Cheney.

A versão do repórter da “Time” foi reafirmada em declarações no programa Meet the Press da cadeia de televisão NBC, onde apontou Rove e Libby como as “toupeiras” que lhe passaram a informação sobre a identidade de Valerie Plame.

O envolvimento no caso de duas pessoas tão próximas da presidência norte-americana reforça a tese de retaliação contra o marido da agente, o diplomata Joseph Wilson, que entrou em rota de colisão com a Casa Branca a propósito da invasão do Iraque.

Wilson, que na época era embaixador no Gabão, terá sido encarregado pela CIA de investigar se o governo de Saddam Hussein tinha tentado comprar urânio no Níger. Apesar de tal hipótese se ter revelado sem fundamento, Bush usou-a como argumento para o ataque ao Iraque, o que acabou por ser denunciado por Wilson num artigo publicado no diário “New York Times”.

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