Casa para jornalistas exilados abre portas em Paris

Uma casa para receber jornalistas exilados, durante seis meses – o tempo necessário para regularizarem a sua situação em França -, foi inaugurada dia 4, quase três anos e meio depois dos mentores do projecto terem metido mãos à obra.

Com capacidade para acolher perto de quinze pessoas, a Casa dos Jornalistas foi concebida em Junho de 2000 por Danièle Ohayon, jornalista especializada em média na “France Info”, e pelo realizador Philippe Spinau, que defendem a necessidade de criar projectos similares noutros países.

Uniram-se por esta causa instituições como o Parlamento Europeu, o Senado francês e a Câmara de Paris, que cedeu o espaço por 18 anos, tendo sido investidos 770 mil euros em obras de recuperação apoiadas por diversos órgãos de imprensa.

“Bayard Presse”, “Canal+”, “Le Canard enchaîné”, “La Montagne-Fondation Varenne”, “La Nouvelle République du Centre-Ouest”, “La République du Centre et Centre Presse Poitiers”, “M6”, “Milan Presse”, “Le Monde”, “Ouest-France”, “Paris Match”, “Playbac Presse”, “Prisma Presse”, “Radio France”, “RFI”, “Télérama”, “TF1” e “TV5” foram os padrinhos, e cada um deles ganhou direito a ter o nome num dos quartos da casa.

Para se manter funcional, a Casa dos Jornalistas – que sucede a uma outra, aberta temporariamente, em Maio de 2002, em Bobigny – necessitará ainda de 340 mil euros por ano, que sairão dos fundos europeus para os refugiados.

Além de pretenderem proporcionar um tecto aos jornalistas exilados, Danièle Ohayon e Philippe Spinau criaram ainda uma forma de manter os ocupantes “em forma jornalística”, através da realização de estágios em escolas de jornalismo ou colaborações com jornais associativos, entre outras possibilidades.

De acordo com a Repórteres Sem Fronteiras (RSF), todos os anos cerca de 80 jornalistas estrangeiros procuram refúgio em França, ficando pelos menos trinta deles numa situação extremamente precária.

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