Bomba explode em apartamento de jornalista russa

O apartamento da jornalista independente Yelena Tregubova, que recentemente publicou um livro polémico em que critica o Kremlin, foi alvo de um atentado à bomba no dia 2 de Fevereiro.

Um pacote foi deixado no exterior do apartamento da jornalista e explodiu quando esta saía para ir ter com uma colega, Masha Slonin, que disse ao Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) ter escutado, dentro do táxi onde se encontrava, uma explosão que parecia um terramoto.

A jornalista não sofreu ferimentos e a polícia classificou o incidente como “um acto de vandalismo”, mas o CPJ insiste em que as autoridades russas têm de investigar a fundo os motivos por detrás do acto e levar os seus autores perante a justiça.

Entretanto, Yelena Tregubova revelou que, dias antes da explosão, recebera uma chamada no seu telemóvel de um homem que se identificou como empregado do Aeroporto Internacional de Sheremetyevo, fora de Moscovo, e lhe solicitou a morada de casa para lhe enviar uma encomenda que tinha chegado por via aérea.

Desconfiada, a jornalista decidiu não lhe dar o endereço e pediu-lhe que lhe dissesse de que número estava a ligar, tendo a chamada sido de imediato desligada.

Yelena Tregubova integrou o grupo de jornalistas destacados para o Kremlin e escreveu para os diários independentes “Kommersant”, “Izvestiya” e “Russky Telegraf” entre 1997 e 2001, sob as presidências de Boris Yeltsin e Vladimir Putin.

O seu best-seller político “Tales of a Kremlin Digger” foi publicado em Outubro de 2003 e critica a administração de Vladimir Putin por amordaçar a imprensa russa.

Em Novembro do mesmo ano, Nikolay Senkevich, director do canal estatal NTV, cancelou a difusão para a Europa de uma entrevista com a jornalista, o que o Sindicato Russo dos Jornalistas designou como “um acto de censura política”.

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