Apesar dos planos para a realização de um referendo constitucional em Maio e de outras promessas de reforma, a junta militar que governa a Birmânia continua a reprimir os órgãos de comunicação social do país, afirmam o Mizzima News, o Human Rights Wa
Os alvos mais recentes foram os jornalistas Thet Zin e Sein Win Aung, da revista Myanmar Nation, detidos a 15 de Fevereiro sem acusação formal, depois de a polícia ter efectuado buscas ao escritório da publicação e confiscado documentos, entre os quais uma cópia do relatório da Relatora Especial das Nações Unidas para a Birmânia, Paula Sérgio Pinheiro, e material sobre os protestos de Setembro de 2007 em Rangum.
De acordo com o Mizzima News, o comité de censura do país deu indicações para que a publicação deixasse de ser publicada, o que leva o Human Rights Watch a deixar no ar a pergunta: Como podem as autoridades birmanesas criar sequer a aparência de um referendo constitucional credível em Maio quando nem sequer permitem que os jornalistas dêem notícias?.
Outros jornalistas e activistas políticos continuam a ser detidos e intimidados pelas autoridades, de acordo com informações da Repórteres Sem Fronteiras (RSF), do Mizzima News, do Human Rights Watch e da revista birmanesa The Irrawaddy.
Esta última acusa mesmo a junta militar de dificultar o acesso à Internet, proibir os repórteres de cobrir uma série de reuniões governamentais às quais, no passado, estavam autorizados a ir e de dar ordens a vários jornais da capital para publicarem peças de opinião pró-governamentais, que caracterizem os protestos a favor da democracia como uma ameaça à segurança nacional.
A The Irrawaddy revela-se igualmente crítica do papel das Nações Unidas neste caso, considerando que as visitas do Enviado Especial Ibrahim Gambari à China, à Índia e a outros países asiáticos com vista a recolher apoio político para as reformas na Birmânia só têm tido um resultado visível: contribuir com muitas milhas para o saldo de viajante assíduo do responsável da ONU.