Autorização de porte de arma no México preocupa FIJ

A decisão, tomada pelas autoridades do estado mexicano de Tamaulipas, de autorizarem o porte de arma a repórteres é vista com preocupação pela Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), para quem a medida só vai tornar mais perigoso o trabalho dos profissionais da comunicação.

A FIJ pronunciou-se ao saber, no dia 17, que a jornalista de rádio Dolores Guadalupe García Escamilla, alvejada dez dias antes em Nuevo Laredo, tinha morrido na sequência dos ferimentos.

Para Aidan White, secretário-geral da FIJ, em vez de autorizarem os jornalistas a andarem armados, as autoridades de Tamaulipas “deviam encontrar os criminosos e conduzi-los perante a Justiça”.

A morte da jornalista resulta de um entre muitos ataques de que têm sido alvo os jornalistas das regiões fronteiriças do norte do México, onde o editor Raul Gibb Guerrero foi abatido a tiro no dia 8 de Abril e Alfredo Jimenez, jornalista na área do narcotráfico para o jornal “El Imparcial”, está desaparecido desde o início do mês.

Segundo a FIJ, o perigo de exercer jornalismo no México, onde foram mortos cinco jornalistas em 2004, ultrapassou a Colômbia, que registou nesse ano quatro assassinatos de repórteres, sendo os assassinos os mesmos, de acordo com a Federação, que aponta o dedo aos “traficantes de droga e aos gangsters, que assim tentam remeter a comunicação social ao silêncio”.

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