Forças de segurança iraquianas fecharam, a 1 de Novembro, as instalações em Bagdade e Bassorá da Al-Baghdadia TV, depois de esta estação com sede no Cairo ter emitido as exigências dos responsáveis pelo ataque que, no domingo, matou 58 pessoas numa igreja da capital iraquiana.
A ordem de encerramento foi dada pela Comissão de Comunicações e Media (CMC), motivando protestos de Abdelhamid al-Saih, chefe da Al-Baghdadia no Cairo, para quem a decisão é ilegal e não passa de um pretexto para acabar com um popular programa da estação em que cidadãos são entrevistados em directo e, muitas vezes, criticam o governo e os governantes.
Demonstrando-se preocupado com o encerramento da Al-Baghdadia TV, o coordenador para o Médio Oriente e Norte de África do Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), Mohamed Abdel Dayem, exigiu explicações à CMC e instou as autoridades a autorizar o retomar das emissões da estação.
Recorde-se que em Fevereiro o CPJ descrevera a actividade da CMC como estando “bem abaixo dos padrões internacionais de liberdade de expressão”, dando como exemplo o carácter vago da definição de “incitação à violência”, cuja interpretação era tão lata e não especificada que poderia ser usada por governos autoritários para silenciar órgãos mais críticos.
