Autocensura na estação pública sul-africana

A South African Broadcasting Corporation (SABC) retirou da sua programação um documentário sobre o presidente sul-africano Thabo Mbeki, pouco depois de uma reunião entre a direcção da estação pública e um representante da Presidência.

Segundo várias fontes da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), a peça televisiva era pouco abonatória para o chefe de Estado, o que levou a administração da SABC a alegar “questões legais” para o cancelamento, pois “o documentário estava manchado por difamações”.

Considerando a justificação da estação como insatisfatória, a FIJ diz que o facto da decisão ter sido tomada após uma reunião com um representante da Presidência “sugere interferências externas”, algo que não deveria existir na emissora pública sul-africana, dado que, no que toca a questões editoriais, os jornalistas devem ter prioridade sobre as as vontades imediatas da administração.

A organização internacional de jornalistas também se revelou preocupada com alegadas ameaças aos produtores do documentário, com o objectivo de impedir que estes difundissem a tese de que o cancelamento teve motivos políticos.

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