Ataque israelita mata fotojornalista e um técnico de televisão

Ofensivas das forças armadas israelitas no Líbano provocaram a morte de Sleiman Chidia, técnico da estação televisiva LBC, a 22 de Julho, e da fotojornalista freelance libanesa Layal Nagib, a 23 de Julho.

A fotojornalista, que estava a cobrir o bombardeamento israelita no Sul do Líbano para a revista “Al Jarass” e colaborava ainda com diversas agências noticiosas internacionais, teve morte instantânea quando um míssil explodiu perto da sua viatura, em trânsito na estrada que liga Qana a Siddiqin, não muito longe da cidade de Tiro.

No dia anterior, um conjunto de raides aéreos israelitas a postos retransmissores das estações televisivas Avenir TV, Al-Manar e LBC provocaram a morte de um técnico desta última e ferimentos noutras duas pessoas, para além de terem causado a interrupção temporária das emissões dos referidos canais.

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) condenou o bombardeamento de instalações dos média, considerando que se trata de “um deplorável ataque às infraestruturas democráticas do Líbano”, o qual coloca “mais uma vez os média na linha da frente do conflito”. Para a FIJ, estes ataques representam uma injustificável “ameaça à liberdade de imprensa e à segurança dos profissionais dos média”.

“É inevitável que os profissionais dos média se transformem em vítimas” quando se persiste numa tal política, sublinha a FIJ, lembrando que a organização condena severamente a tomada dos média como alvo desde que em 1999 a NATO atacou a Rádio Televisão Sérvia, em Belgrado, matando 16 pessoas. A FIJ recorda que condenou igualmente os ataques contra os órgãos de comunicação social na Palestina, Indonésia, Iraque e Paquistão, e que considera inaceitável que os jornalistas sejam vítimas por reportarem um lado do conflito. “Quando um média é atacado impunemente, todos os jornalistas ficam em risco”, afirma a FIJ, insistindo que “os jornalistas e os média desarmados devem ser sempre vistos como não combatentes e não devem ser atacados pelas forças militares”.

Também a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) condenou o facto do exército israelita “estar a tomar tão poucas precauções para evitar mortes de civis, especialmente entre os média”, e exigiu ao governo de Israel uma investigação que fosse além da “resposta habitual de que os alvos eram militares e ligados ao Hezbollah”.

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