Apoios à Greve Geral de Jornalistas

O Sindicato dos Jornalistas agradece as expressões de apoio que a Greve Geral de Jornalistas recebeu ao longo desta quinta-feira (14), e que foram provenientes de diversos países e organizações na Europa, o que podem ler abaixo:

  1. AbrilAbril

A greve geral dos jornalistas conta com o apoio do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisuais (SINTTAV) e do Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações e Comunicação Audiovisual (STT), que avançaram com um pré-aviso de greve para esta quinta-feira.

Esta jornada de luta resulta de uma realidade que atinge cada vez mais os jornalistas, com baixos salários, despedimentos, ritmos de trabalho acelerados e redacções reduzidas, desregulação de horários de trabalho, vínculos laborais precários e um recurso, cada vez maior, a estágios.

Uma realidade que atinge largos milhares de trabalhadores em geral, mas que, em alguns casos, a comunicação social omite ou não trata devidamente. Uma situação que não é alheia à presença dominante dos grandes grupos económicos nos media, impondo os princípios mercantis e as políticas editoriais que os inspiram, nomeadamente definindo as agendas, os critérios jornalísticos e os conteúdos. A influência do poder dos grupos económicos constitui hoje um elemento essencial no panorama da nossa comunicação social.

Os grupos económicos da comunicação, para além de colocarem os media no centro das suas estratégias políticas, tendem a aplicar os seus métodos habituais caracterizados pela exploração, precariedade, desvalorização de salários, direitos e condições de trabalho.

Na verdade, desde a década de oitenta, assistimos em Portugal à concentração da propriedade e à formação de grandes grupos económicos abrangendo praticamente os mais importante meios de comunicação social, com excepção dos pertencentes ao Estado e à Igreja Católica.

Em qualquer circunstância, os jornalistas não devem esquecer, por um lado, as implicações económicas, políticas e ideológicas inerentes ao seu trabalho e, por outro, que a descaracterização do exercício da sua profissão condiciona e empobrece o serviço que prestam à sociedade.

Nesse sentido, não será despropositado relembrar as proféticas palavras de Mário de Carvalho, há cerca de trinta anos:

«A democracia não está adquirida. A paz não está adquirida. Esta civilização não está adquirida. Quando, num dia nefasto, aparecer um caudilho carismático a mobilizar turbas infantilizadas, embrutecidas, afeitas às formulações primárias e aos apelos sanguinários, não se admirem. O jornalismo cão há-se merecer um mundo cão».

  1. AIPIM – Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau

A AIPIM – Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau vem desta forma humilde – a distância assim o obriga – solidarizar-se com as causas defendidas pelo Sindicato dos Jornalistas e transmitir todo o apoio à decisão do Sindicato em promover a Greve Geral de 14 de Março.

Aproveitamos para nos colocarmos à disposição do Sindicato para tudo o que necessitarem.

Com os melhores cumprimentos,

José Miguel Encarnação

(Presidente da Direcção)

  1. APG/GNR – Associação dos Profissionais da Guarda

A Associação dos Profissionais da Guarda – APG/GNR saúda a Greve Geral dos jornalistas que decorre hoje em todo o país.

Num contexto em que cada vez mais a informação fidedigna escassa e proliferam as informações falsas, que circulam nas redes e que se chegam a sobrepor aos factos, mais que nunca, importa dar voz aos jornalistas, até porque sem jornalismo não há democracia.

A APG/GNR está solidária com os jornalistas hoje em luta e solidariamente subscreve as suas reivindicações de dignificação das suas carreiras e condições de trabalho.

A precariedade e as pressões a que diariamente estão sujeitos deixa o jornalismo permeável a interesses e desvirtua o real importante papel daqueles que têm a nobre missão de informar.

De igual forma a APG/GNR está solidária com os jornalistas alvo de despedimentos colectivos que têm ocorrido no sectos e faz votos para que sejam garantidos os direitos dos visados.

Os OCS têm um papel fundamental num Estado de Direito Democrático e a APG/GNR espera que os protestos de hoje produzam os efeitos pretendidos.

Lisboa, 14 de Março de 2024

A Direcção Nacional

  1. BomDia Europa

“Nós não fazemos greve há 40 anos e nesses últimos anos houve uma degradação enorme da profissão de jornalista, a nível salarial é outro mundo, os salários são hoje muito baixos. Estamos a falar de um salário médio na ordem dos mil euros”, disse Luís Simões, presidente do Sindicato dos Jornalistas, acrescentando que esta situação “é inaceitável, não é digno”. Além disso, o jornalismo “é a profissão cuja precariedade além de regra, é maior do que em qualquer outra”.

“Isto bastaria para fazer uma greve. Mas não é só isso, temos redações com cada vez menos pessoas, a fazerem mais, ou seja, as pessoas que ganham cada vez menos têm cada vez mais trabalho e têm que dominar imagem, escrita, em muitos momentos som e edição e pagam-nos o mínimo”, destacou.

Luís Simões lembrou como foi decidida a greve. A decisão da greve é tomada num congresso realizado em janeiro em Lisboa, no qual o BOM DIA esteve representado. “Havia três moções a apelarem à greve; por uma questão de união nós decidimos juntar as moções só numa e o congresso votou só uma moção. O que é fantástico e deve ser dito é que a moção foi aprovada sem um voto contra”, lembrou.

Apesar do consenso, houve dúvidas sobre a data em que devia ocorrer a greve porque “alguns de nós achavam que a greve devia ser durante a campanha eleitoral ou mesmo no dia das eleições e a maioria achava que não, porque era um momento importante para a democracia, tal como nós somos importantes para a democracia”, afirmou.

Assim, “decidiu-se que a greve teria de decorrer num momento em que ainda se tivesse a discutir o Governo, logo a seguir às eleições e com o congresso bem presente na cabeça. E pronto, assim chegamos ao dia 14 de março”.

Os jornalistas portugueses pedem aumentos salariais em 2024 superiores à inflação acumulada desde 2022 e a melhoria substancial da remuneração dos freelancers; garantia de um salário digno à entrada na profissão e de progressão regular na carreira; pagamento de complementos por penosidade, trabalho por turnos e isenção de horário; O fim da precariedade generalizada e fraudulenta no sector, pelo recurso abusivo a recibos verdes e contratos a termo; entre outras reivindicações que pode ler aqui.

  1. CNID – Associação dos Jornalistas de Desporto

Em dia de greve dos jornalistas, o CNID apresenta a sua solidariedade com uma luta justa e necessária na defesa da nossa profissão.

O salário e a remuneração das horas extraordinárias, o cumprimento da lei do Código de Trabalho e do Contrato Coletivo de Trabalho, as condições materiais e éticas para o cumprimento da função, a intervenção do Estado no garantir da sustentabilidade financeira do jornalismo e a atualização das estruturas regulatórias da comunicação social e do jornalismo são as questões apresentadas pelo Sindicato dos Jornalistas no seu caderno de encargos que o CNID acompanha e apoia.

Os jornalistas, colaboradores e demais trabalhadores na área do desporto sentem na pele as consequências negativas de um forte desinvestimento, financeiro e social, na informação.

A importância dos jornalistas para uma vida em democracia é inegável. Lutar pelos seus direitos e condições de trabalho um imperativo.

A todos os jornalistas que hoje estão em luta, o CNID apresenta o seu apoio.

Lisboa, 14 Março 2024

A Direcção

  1. DJU – Sindicato Alemão de Jornalistas

Dear Colleagues,

I send you the solidarity greetings of the board of the German Journalists’ Union (dju in ver.di). We are following your nationwide strike with great interest and sympathy. It’s about countering the progressive devaluation of our work. We and you share the goal of improving the working conditions in our editorial offices so that journalists can continue to provide good, comprehensive reporting. At the same time, you are committed to ensuring that journalism is recognized as a public good by the Portuguese government. This is particularly important in times of crisis, when the need for professionally prepared information is greater than it has been for a long time. But this is only possible with well and fairly paid journalists.

For the board of dju Peter Freitag

And with best regards,

Matthias von Fintel

  1. Esquerda.net

O Esquerda.net solidariza-se com a greve dos jornalistas, a primeira em mais de 40 anos, e apenas publicará artigos relacionados com a paralisação. Há concentrações marcadas para Lisboa, Porto, Faro, Coimbra e Ponta Delgada.

“Por trabalho digno, por jornalistas livres, em defesa da democracia”, os jornalistas portugueses fazem esta quinta-feira uma greve de 24 horas e têm concentrações marcadas para as 9h em Coimbra (Pç. 8 de Maio), ao meio dia no Porto (Pç. General Humberto Delgado) e em Ponta Delgada (Jardim Antero de Quental) e às 15h em Faro (Doca de Faro). Em Lisboa, a concentração é às 18h no Largo Camões, com a presença solidária de artistas como A Garota Não, dos Fado Bicha e de Gaspar e Sebastião Varela (Expresso Transatlântico).

Esta é a primeira greve geral em mais de 40 anos dos jornalistas portugueses e não faltam razões para que aconteça, como ficou demonstrado no V Congresso dos Jornalistas em janeiro, que mandatou o sindicato para convocar a greve. “A insegurança no emprego, a par com os salários baixos praticados no setor, é um grave obstáculo ao desenvolvimento pleno da profissão de jornalista. É um entrave ao próprio direito dos cidadãos de serem informados livremente”, diz a convocatória da paralisação.

“Baixos salários e precariedade impedem-nos de ter uma vida digna. É tempo de exigir condições justas para fazermos jornalismo de qualidade. Juntamo-nos ao apelo da greve dos jornalistas. Parem connosco”, lê-se no documento.

“Um jornalista que não consegue pagar as contas ou ter um mínimo de estabilidade no emprego é um jornalista condicionado no exercício do seu trabalho. O fluxo constante de notícias nas televisões, nos jornais, na rádio e na internet é há anos sustentado por práticas laborais que atropelam os direitos dos jornalistas”, denuncia o sindicato.

  1. Estudantes da vertente de Informação e Jornalismo do Mestrado em Ciências da Comunicação da Universidade do Minho

Os estudantes da vertente de Informação e Jornalismo do Mestrado em Ciências da Comunicação da Universidade do Minho estão solidários com os jornalistas em greve. Como futuros profissionais do setor, reivindicamos também para nós um jornalismo sem precariedade e com a garantia inabalável de liberdade dentro das redações. Reconhecemos que estas lutas são indissociáveis, e que salários baixos, vínculos precários, desregulação de horários e demais formas de exploração laboral são formas indiretas de condicionamento da liberdade jornalística.

O estágio curricular a que temos acesso é impreterivelmente um momento de aprendizagem, e, por isso, recusamos a instrumentalização da condição de estagiário para garantia da produção noticiosa por parte dos OCS, exigindo ainda o pagamento do subsídio de refeição durante o mesmo.

Olhamos para o futuro – o nosso, e o de uma sociedade democrática e que assim se pretende manter – e questionamos os moldes em que se faz (ou se manda fazer) jornalismo atualmente. Demonstramos total gratidão aos jornalistas que, com notável coragem, organizam e impulsionam esta luta que agora recomeça, 40 anos depois da última greve geral na profissão. Que se fechem portas que jamais deveriam ter sido abertas, e que se destranquem outras pelas quais teremos todo o gosto e ambição em passar.

Hoje e sempre, estudantes em apoio à Greve Geral dos Jornalistas – porque a liberdade fora das redações se conquista em primeiro lugar dentro delas!

  1. FAPE – Organização Profissional de Jornalistas de Espanha

Los periodistas de #Portugal exigen mejores condiciones laborales en la primera #huelga general de la #prensa portuguesa en 42 años

  1. FEJ – Federação Europeia de Jornalistas

For the first time in over 40 years, the Portuguese Union of Journalists (SinJor) will be calling a 24-hour strike, joined by other journalists’ unions and associations, on 14 March to demand better working conditions. The International and European Federation of Journalists (IFJ-EFJ) stand in solidarity with the striking journalists and media workers.

The strike was decided unanimously at the last congress on 18 January 2024. SinJor is demanding general pay rises, stable employment contracts, decent overtime pay and compensation for the hardships of working nights and weekends, and additional payments for exceptions to working hours. The union is also calling for public support by the state to assume its responsibilities and support journalism as a public good, as enshrined in the Constitution.

“It’s not acceptable to sack those with decades of editorial experience because they earn a little more than the average. It is not acceptable for photojournalists to pay for their own equipment. It is not acceptable to condemn image reporters and image editors to an eternity of bogus self-employment. It is not acceptable for trainees to receive 150 euros a month. It is not acceptable for freelancers to receive 20 euros per article. It is not acceptable that half of the country’s local authority areas have no local newspaper,” said the Portuguese Union of Journalists.

According to the Media Trust.Lab 2022 study on ‘news deserts’, more than half of the municipalities in Portugal can be said to be in a “news desert situation” or on the way to becoming one. This is worrying, especially as it is accompanied by a reduction in overall investment in public advertising of six million euros by 2022.

Fragile media business models greatly affect journalists and media workers’ working conditions and basic labour rights. The crisis at Global Media Group (GMG), one of the largest media organisations in Portugal, is an example. Recently, GMG announced a restructuring plan and paid wages late in December 2023 following the sale of shares to an opaque investment fund based in the Bahamas, a tax-haven. Since the one-hour strike by journalists in January 2024 to demand immediate payment of unpaid salaries and Christmas bonuses, the management of GMG announced the collective dismissal of 20 workers, including 10 journalists from Diário de Notícias, as well as the sale of part of the group (Jornal de Notícias, TSF radio, O Jogo) to Notícias Ilimitadas. While salaries have been regularised, the payment of the Christmas bonus is still pending and the union has started a legal action.

The IFJ-EFJ said: “We back the union’s demands to put an end to precarious employment in journalism in Portugal. We need to understand that poor working conditions and low pay affect the quality of information. We hope that the general strike will raise public awareness of the need to treat journalism as a public good.”

  1. FNAM – Federação Nacional dos Médicos

A FNAM manifesta ao Sindicato dos Jornalistas, uma vez mais, a sua solidariedade com a Greve Geral de 24h, enquadrada na luta contra os despedimentos, por melhores condições de trabalho e pela salvaguarda do jornalismo isento e de qualidade.

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) já tinha manifestado a sua solidariedade com os trabalhadores à data da greve e dos protestos de 10 de janeiro, e agora saudamos novamente o Sindicato dos Jornalistas e os trabalhadores em greve.

Trata-se da primeira Greve Geral de jornalistas em 40 anos, o que revela o dramatismo da situação que se vive no mundo da comunicação social. Os jornalistas contestam os baixos salários, a precariedade, os despedimentos e as pressões editoriais.

A FNAM partilha da ideia de que “sem uma Comunicação Social forte, isenta e transparente seremos uma Democracia amputada e amordaçada”, e não esquecemos o papel que os jornalistas desempenham no esclarecimento da luta dos médicos e na defesa do SNS.

12. FENPROF – Federação Nacional dos Professores

Num mundo onde a voz da verdade e da informação é muitas vezes abafada por interesses que põem em causa o direito de todos ao conhecimento da realidade, a FENPROF manifesta a sua solidariedade aos jornalistas que estão envolvidos na importante Greve Geral do setor, a primeira nos últimos 40 anos, em defesa de aspetos fundamentais: valorização salarial, combate à precariedade, fim dos despedimentos coletivos, melhores condições de trabalho, segurança no emprego.

Esta greve é um grito de alerta. É a afirmação de uma inevitabilidade: exigir o fim da exploração, da desvalorização profissional e respeito pela condição humana. E fazê-lo nunca é tarde demais!

É uma batalha desigual a que enfrentam, sujeitos a enormes pressões, entre outras, das administrações dos grandes grupos económicos que, em seu interesse, dominam os órgãos de comunicação social. Neste aspeto muito particular, reafirmamos que a concentração da propriedade dos órgãos de comunicação social cria um terreno fértil para o agravamento da situação socioprofissional dos jornalistas e dos demais trabalhadores da comunicação social.

A FENPROF acompanha as reivindicações dos jornalistas, ativa e solidariamente, porque entende que a sua luta é, também, a nossa luta. A luta pela liberdade de imprensa, pela democracia e pela dignidade profissional dos trabalhadores.

Lisboa, 14 de março de 2024

O Secretariado Nacional

13. FESAP – Federação de Sindicatos da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos

A FESAP vem por este meio manifestar a sua solidariedade para com a luta dos jornalistas, considerando absolutamente justas as razões que conduziram à convocação da greve que tem lugar hoje, 14 de março.

É inegável que os jornalistas hoje se deparam com condições de trabalho precárias, baixos salários e sem perspetivas de prosseguirem uma carreira valorizada e digna, sendo por isso apropriado prestar a nossa homenagem aos jornalistas portugueses, cujo profissionalismo e dedicação permitem que, apesar de tudo, possamos ter jornalismo de qualidade em Portugal.

A democracia de um país será tanto mais saudável quanto mais livres e independentes forem os seus jornalistas, pelo que é essencial dotá-los de todas as condições necessárias para que possam desempenhar as suas funções, não encarando o jornalismo como um mero negócio que visa o lucro.

Bem hajam.

Sem mais de momento,

Com a nossas mais cordiais saudações sindicais,

O Secretário-geral da FESAP

José Abraão

14. FeSP – Federação Espanhola de Sindicatos de Jornalistas

Por primera vez en más de 40 años, el Sindicato Portugués de Periodistas (SinJor) convocará una huelga de 24 horas, al que se unirán otros sindicatos y asociaciones de periodistas, el 14 de marzo para exigir mejores condiciones laborales. La Federación Internacional y Europea de Periodistas (FIP-FEP) se solidariza con los periodistas y trabajadores de los medios en huelga.

La huelga se decidió por unanimidad en el último congreso el 18 de enero de 2024. SinJor exige aumentos salariales generales, contratos laborales estables, un pago decente por las horas extras y una compensación por las penurias del trabajo nocturno y los fines de semana, así como pagos adicionales por las excepciones a las horas de trabajo. El sindicato también pide el apoyo público del Estado para asumir sus responsabilidades y apoyar al periodismo como un bien público, tal como lo consagra la Constitución.

“No es aceptable despedir a quienes tienen décadas de experiencia editorial porque ganan un poco más que el promedio. No es aceptable que los fotoperiodistas paguen por su propio equipo. No es aceptable condenar a los reporteros y editores de imágenes a una eternidad de falso autoempleo. No es aceptable que los aprendices reciban 150 euros al mes. No es aceptable que los autónomos reciban 20 euros por artículo. No es aceptable que la mitad de las autoridades locales del país no tengan un periódico local”, afirmó el Sindicato Portugués de Periodistas.

Según el estudio Media Trust.Lab 2022 sobre los ‘desiertos informativos’, se puede decir que más de la mitad de los municipios de Portugal se encuentran en una “ situación de desierto informativo ” o en camino de convertirse en una. Esto es preocupante, sobre todo porque va acompañado de una reducción de la inversión global en publicidad pública de seis millones de euros de aquí a 2022.

Los frágiles modelos de negocios de los medios afectan en gran medida las condiciones laborales y los derechos laborales básicos de los periodistas y trabajadores de los medios. La crisis de Global Media Group (GMG), una de las mayores organizaciones de medios de Portugal, es un ejemplo. Recientemente, GMG anunció un plan de reestructuración y pagó salarios a finales de diciembre de 2023 tras la venta de acciones a un fondo de inversión opaco con sede en las Bahamas, un paraíso fiscal. Desde la huelga de una hora de periodistas en enero de 2024 para exigir el pago inmediato de salarios impagos y aguinaldos, la dirección de GMG anunció el despido colectivo de 20 trabajadores, entre ellos 10 periodistas del Diário de Notícias, así como la venta de parte de el grupo (Jornal de Notícias, TSF radio, O Jogo) a Notícias Ilimitadas. Si bien los salarios han sido regularizados, el pago del aguinaldo aún está pendiente y el sindicato ha iniciado una acción legal.

La FIP-FEP dijo: “Respaldamos las demandas del sindicato para poner fin al empleo precario en el periodismo en Portugal. Necesitamos entender que las malas condiciones laborales y los bajos salarios afectan la calidad de la información. Esperamos que la huelga general genere conciencia pública sobre la necesidad de tratar el periodismo como un bien público”.

15. Página Global

Em apoio à vossa luta pela dignificação da profissão em perigo e justeza de todas as vossas reivindicações levamos ao vosso conhecimento a adesão solidária do Página Global à vossa decisão da Greve Geral em curso e damos conhecimento disso aos milhares de leitores que nos acompanham em Portugal e no resto do mundo. Também contamos redatorialmente com a colaboração exclusiva (ou não) de alguns jornalistas portugueses e estrangeiros. Por eles, por vós, por nós, por todos estamos solidários.

16. Partido Ecologista Os Verdes

Os Verdes prestam a sua solidariedade com a justa luta dos jornalistas que hoje, por todo o país, aderiram à greve geral dos jornalistas.

Num ano em que se comemoram 50 anos de 25 de Abril, 50 anos de Democracia, Os Verdes reafirmam o seu forte compromisso com as Lutas que, há várias décadas, assumem no combate às políticas de baixo salários, aos falsos recibos verdes e tantas outras formas de precariedade laboral que afetam os jornalistas.

Saudamos todos aqueles que hoje vieram manifestar e evidenciar que a precariedade não tem de ser uma inevitabilidade neste setor.

Defendemos por isso uma Imprensa plural, isenta e que permita aos seus profissionais viver com dignidade, com uma remuneração justa, vínculos profissionais estáveis e uma equilibrada conciliação da vida profissional e pessoal. Na defesa do jornalismo, dos jornalistas, da democracia.

14 de março de 2024

Partido Ecologista Os Verdes

17. Redacção do Avante!

A Redacção do Avante! expressa a sua solidariedade às justas reivindicações dos jornalistas portugueses e à justa luta que irão realizar amanhã, dia 14.

Tal como afirma o SJ, também entendemos que a luta por melhores condições para os jornalistas defende, igualmente, o próprio direito dos portugueses a serem informados livremente. Sem jornalistas que tenham condições para exercer o seu trabalho, está em causa a liberdade de imprensa, um pilar da democracia, mesmo quando condicionada pelo domínio de interesses privados.

Fazemos votos de que este seja um importante momento para a consolidação da unidade dos jornalistas e demais trabalhadores da comunicação social, essencial para o prosseguimento do combate por melhores condições laborais, contra a precariedade e a insegurança, por salários justos e pela valorização da profissão.

No imediato, a estes objectivos acresce a defesa dos postos de trabalho e a reversão do despedimento colectivo no Diário de Notícias.

Para as batalhas do presente e do futuro, os jornalistas e o SJ podem continuar a contar com o contributo do nosso colectivo.

Lisboa, 13 de Março de 2024

Pel’a Redacção

(Gustavo Carneiro)

18. Rostos.pt

Amanhã, dia 14 de Março, está agendada uma Greve Geral de Jornalistas, que foi aprovada no 5º Congresso dos Jornalistas. Desde o ano 1982 que os jornalistas não convocavam uma greve geral.

No jornal “Público” foi publicado um artigo de opinião, subscrito por diversos jornalistas, no qual sublinha-se que “o jornalismo responsável desempenha um papel fundamental no combate à mentira, às meias verdades e às falsas noticias.”

“No ano em que celebramos 50 anos de democracia, o jornalismo depara-se com novas ameaças. Há merecidas criticas a sua perda de qualidade, mas, para que sejam justas, é preciso olhar-se para dentro de todas as redacções do país, ver as reais condições de trabalho praticadas e reparar naquilo que jornalistas e outros profissionais suportam para continuarem a cumprir a profissão”, refere-se no artigo.

No mesmo texto acrescenta-se que – “mais de metade dos concelhos do país não tem ou está na iminência de não ter qualquer órgão de comunicação social”.

Recorda-se que “entre viver com dignidade ou sobreviver para trabalhar, muitos jornalistas acabam por desistir aos primeiros anos de profissão” e sublinha-se que “entre 2017 e 2023, a profissão – jornalista – perdeu mais de 400 profissionais, jovens e veteranos”

“Vamos exigir condições para produzir jornalismo digno e que sirva o interesse público” , salienta-se no texto publicado no jornal Público, porque, na realidade, – A precaridade limita a liberdade profissional dos jornalistas”.

“Não há democracia que sobreviva sustentada por precaridade”, afirma-se.

Amanhã, dia 14 de março, o Jornal Rostos está solidário com a Greve Geral dos Jornalistas.

António Sousa Pereira

TE – 180

Equiparado a Jornalista

19. SEP – Sindicato dos Enfermeiros Portugueses

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses expressa a sua solidariedade com os jornalistas que cumprem hoje uma greve, a primeira em 40 anos.

O jornalismo livre e independente é um dos pilares da democracia.

É imperioso que os nossos jornalistas tenham as melhores condições de trabalho para poderem exercer, em liberdade e com independência a sua profissão e, dessa forma, cumprir os valores de ABRIL.

As “portas que Abril, abriu” têm que continuar escancaradas e esse objetivo será tão mais cumprido se aos jornalistas forem dadas condições salariais e editoriais, compensação pela penosidade decorrente do trabalho noturno, fins-de-semana, subsidio por isenção de horários, pagamento digno das horas extraordinárias e, o fim da precariedade laboral.

Somos enfermeiros e percebemos na “pele” as razões da vossa greve e, também por isso, a nossa solidariedade.

José Carlos Martins

20. SNJ – Sindicato Nacional de Jornalistas Franceses

Le syndicat des journalistes portugais appelle à la grève ce jeudi 14 mars pour la défense des conditions de travail des journalistes et un meilleur financement public pour aider le journalisme. #JournalistasEmGreve

21. Solidários! Trabalhadores Atacados Não Podem Ficar Isolados

O movimento “Solidários! Trabalhadores Atacados Não Podem Ficar Isolados!” manifesta a sua total solidariedade com a greve geral dos jornalistas.

Como todos os assalariados deste país, os jornalistas têm visto as suas condições de vida e de trabalho constantemente diminuídas e precarizadas.

A ofensiva de depredação que se abateu sobre o GMG, com despedimentos agora, mais 20 profissionais ameaçados no DN, dos quais 10 jornalistas, salários em atraso, incerteza e destruição de carreiras, é apenas o episódio mais recente da entrega da economia do país a fundos abutres, anónimos, como estes que aterrou das Bahamas para atacar a imprensa, cujos obscuros donos têm um e um único fim: tirar rapidamente o máximo rendimento do pouco capital que investem na “compra” das empresas ao desbarato.

Assim o “mercado imobiliário”, nome oficial dos fundos internacionais especulativos do imobiliário, destruiu o direito à habitação. Assim a operação de saque do orçamento do Estado pela banca internacional rendeu incontáveis milhares de milhões ao Lone Star e a outros. Assim TAP e Groundforce foram saqueadas pelos Neelemans e Casimiros, depois salvas pelo orçamento ou entregues a novos abutres. Assim a Efacec é oferecida a um fundo abutre alemão para esfacelar e revender. Assim o SNS é paulatinamente destruído e os despojos entregues aos “investidores”. Para os trabalhadores, o modelo é sempre o mesmo. Despedimentos colectivos, as famigeradas rescisões “por mútuo acordo” à força, afastamento dos que têm contratos até à precarização geral.

Os trabalhadores do GMG e da imprensa em geral, os assalariados deste país, têm sido a carne para canhão da pilhagem da economia e do país pela pirataria capitalista, gerida pelos sucessivos governos segundo as ordens da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu. Democracia e liberdade de imprensa são danos colaterais.

Os resultados das recentes eleições, por muito que traduzam a exasperação e a frustração de milhões, auguram ataques ainda mais violentos aos direitos de quem trabalha, mais abutres para roer o que resta dos ossos.

Porém, os trabalhadores, os assalariados, os jornalistas e todos os outros, são os muitos. Essa é a sua força, se unidos. Os abutres são ferozes e poderosos; mas são os poucos. Essa é a sua fraqueza.

A resposta do trabalho constrói‐se na luta, na greve, unida, organizada e coordenada de todos os trabalhadores, num sector e em todos os sectores, com as suas organizações representativas. Na exigência, unida, de aumentos de salários superiores à inflação e de contratos para todos. No controle das comissões de trabalhadores e sindicatos sobre as contas. Na expropriação sem indemnização de todos os abutres.

É responsabilidade de todas as organizações representativas dos trabalhadores declararem o seu compromisso com a unidade, com a luta unida e organizada pelas reivindicações de todos.

22. SPRC – Sindicato dos Professores da Região Centro

São eles que dão a notícia das lutas dos professores para o resto do país e para o mundo. Hoje é a vez dos professores darem a notícia da luta dos jornalistas.

Os professores mostraram a sua solidariedade e estiveram presentes no protesto dos jornalistas, em dia de greve por salários justos, uma carreira estável e respeitada, pelo fim do abuso dos vínculos precários, pela revisão das estruturas regulatórias e pela liberdade editorial, entre outras reivindicações.

Muitas destas reivindicações não são estranhas aos professores pelo que a sua solidariedade é lógica e justa.

Sem um jornalismo livre, com profissionais respeitados na sua atividade e nas suas condições de trabalho, a democracia fica mais pobre e mais frágil.

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