Apelo para a libertação de Sami Al-Haj de Guantanamo

O operador de câmara sudanês Sami Al-Haj, da Al Jazeera, está com cancro na garganta e manifesta tendências suicidas devido às más condições em que está detido na prisão militar norte-americana de Guantanamo desde 13 de Junho de 2002, denunciou a Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que apela à libertação do jornalista.

Além da situação humanitária, a RSF – que conversou a 11 de Abril com o advogado do jornalista, Clive Stafford-Smith – sublinha ainda que não há quaisquer acusações específicas contra Sami Al-Haj, parecendo que a sua detenção se deve simplesmente ao facto dele trabalhar para a Al-Jazeera.

Segundo Clive Stafford-Smith, o operador de câmara sudanês continua a aguardar resposta do Conselho Administrativo de Revisão (ARB) sobre se ainda é “uma ameaça à segurança dos Estados Unidos”. Uma situação considerada absurda pelo advogado, que acusa a ARB de não ter reais competências legais e de modificar as acusações conforme lhe apetece, sem quaisquer provas.

Sublinhando que na prisão militar norte-americana não há qualquer protocolo ou convenção que regule a relação entre um arguido e o seu advogado, Clive Stafford-Smith diz que “Guantanamo Bay é um local para lá da lei, sujeito aos caprichos das autoridades dos EUA” e onde reina a total falta de transparência.

Recorde-se que, segundo notícias veiculadas a 26 de Setembro de 2005 pelo diário britânico “Guardian”, as autoridades norte-americanas ofereceram a liberdade e um passaporte norte-americano a Sami Al-Haj, caso este concordasse em espiar para eles dentro da Al-Jazeera.

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