O jornalista russo Andrei Babitsky, correspondente da Radio Free Europe/Radio Liberty, foi condenado a cinco dias de prisão por hooliganismo no aeroporto de Vnukovo, em Moscovo, o que indignou o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ).
“A detenção de Andrei Babitsky é indefensável, e nós exigimos a sua libertação imediata e incondicional”, afirmou a directora-executiva do CPJ, Ann Cooper, para quem “mais uma vez, as autoridades russas estão a usar medidas opressivas para impedir os jornalistas de dar notícias relacionadas com a guerra na Chechénia”.
Segundo a imprensa russa, o jornalista estava a caminho de Beslan, na Ossétia do Norte, para cobrir a crise de reféns na escola local, quando foi detido no aeroporto por suspeita de transporte de explosivos, a qual não se confirmou.
Porém, pouco depois de ter sido libertado, dois homens abordaram-no e tentaram iniciar uma briga, o que levou a polícia do aeroporto a deter os três indivíduos.
Contudo, apesar das primeiras notícias dizerem que Andrei Babitsy tinha sido detido como “vítima de hooliganismo”, ele foi na verdade acusado de hooliganismo e condenado a cinco dias de prisão, tendo os dois homens que o abordaram saído em liberdade.
De acordo com o sítio russo Grani.ru, os dois indivíduos eram funcionários do aeroporto e terão dito ao jornalista que receberam instruções para arranjar uma briga com ele.
A condenação de Andrei Babitsky foi totalmente baseada nos testemunhos de polícias do aeroporto, cujos depoimentos diferiam dos de outras testemunhas do incidente, pelo que o advogado do jornalista vai recorrer da sentença.
Recorde-se que Andrei Babitsky ficou conhecido internacionalmente quando, em Janeiro de 2000, desapareceu em serviço na capital chechena, Grozny.
Após duas semanas de silêncio e negações, Moscovo admitiu que o repórter fora detido por militares russos e, na sequência de pressão nacional e internacional e relatos contraditórios, libertaram-no a 2 de Fevereiro.
Ao que tudo indica, as autoridades russas prenderam Andrei Babitsky para o impedir de noticiar o conflito armado na Chechénia.