Ali Lmrabet impedido de lançar semanário em Marrocos

As autoridades marroquinas têm bloqueado burocraticamente as tentativas do jornalista Ali Lmrabet para lançar um novo semanário que substitua a “Demain Magazine”, proibida em Marrocos desde Maio de 2003, noticiou a Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

A 12 de Janeiro, Ali Lmrabet apresentou ao departamento de registo de jornais em Rabat um pedido de autorização para um semanário satírico de nome “Après-Demain”. O pedido foi recusado por o nome escolhido já estar tomado, pelo que o jornalista preencheu novos impressos, desta feita para uma publicação com o nome de “Demain Libéré”, o qual não apresentava qualquer inconveniente.

O jornalista foi no entanto confrontado com a recusa dos funcionários em lhe entregar o recibo relativo ao pedido de autorização do nome – obrigatório por lei –, e aconselhado pelo procurador-adjunto a voltar no dia seguinte.

Cumprindo as indicações, Ali Lmrabet regressou a 13 de Janeiro ao departamento de registos, mas foi impedido de entrar no edifício por um polícia que, identificando-o pelo nome, o infrormou ter ordens para não o deixar entrar.

“Parece que não há limites à senda das autoridades marroquinas contra Ali Lmrabet, mas é vital que as leis sejam respeitadas e as autoridades não têm direito de impedir a publicação de um jornal novo sem apresentarem qualquer razão válida”, afirma a Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

O jornalista alega que já contava com este tipo de reacção pois “o ministro da Justiça tem de pedir autorização ao rei Mohammed VI ou a um dos conselheiros reais”, dado que o seu caso “é gerido directamente pelo palácio”.

Recorde-se que Ali Lmrabet era editor dos títulos “Demain Magazine” e “Douman” e foi condenado em Maio de 2003 a quatro anos de prisão por “insultar o rei”, atacar a “integridade territorial” de Marrocos e “atacar a monarquia”.

Após recurso, no mês seguinte a pena foi reduzida para três anos e, depois de Ali Lmrabet receber o Prémio RSF – Fondation de France a 10 de Dezembro de 2003, ele e outros jornalistas presos receberam um perdão real a 7 de Janeiro de 2004.

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