“Afinal há muita gente interessada em participar no sindicato” – Joaquim Fidalgo

Encontro na Delegação Norte do Sindicato dos Jornalistas reuniu o jornalista e professor universitário e também o assistente social José António Pinto.

Joaquim Fidalgo está “muito preocupado com o futuro do jornalismo” e é por isso que o co-fundador do jornal “Público” considera que “um dos desafios maiores” da candidatura da Lista B ao Sindicato dos Jornalistas é “espevitar o debate” sobre o quanto a profissão mudou nos últimos anos. “Afinal há muita gente interessada em participar no sindicato”, acrescentou.

Com esta preocupação em mente, o professor da Universidade do Minho disse ainda ser preciso decifrar “o segredo da mobilização” que permita “transformar em acto o discurso” e agregar os jornalistas para lá das palavras.

“A sobrevivência do jornalismo enquanto serviço publico está seriamente ameaçada”, entende Joaquim Fidalgo, para quem a deontologia é muito importante. “Toda a gente fala de ética mas ninguém lhe liga nenhuma.”

Num encontro organizado pela Lista B na Delegação Norte do Sindicato dos Jornalistas, Joaquim Fidalgo disse “tirar o chapéu” a quem se organizou para apresentar uma alternativa, reconhecendo até “alguma emoção”.

As formas de reforçar o Sindicato dos Jornalistas no contexto actual, atraindo novos sócios e recuperando os que ficaram para trás, foi um dos pontos centrais em debate.

A discussão contou também com o contributo do assistente social José António Pinto (também conhecido por “Chalana”), que explicou os vários motivos que o levam a encarar o jornalismo e os jornalistas como “a única arma” que tem para “envergonhar os políticos” na defesa dos direitos humanos e da dignidade. Para o exemplificar, recordou um caso, entre muitos: uma família que estava à espera de habitação há quatro anos e que recebeu uma chave em dois dias, depois de publicada uma notícia.

Prémio Direitos Humanos da Assembleia da República em 2013, José António Pinto frisou que “não há democracia com qualidade se não houver um jornalismo combatente e militante”.

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