O administrador da TVI João van Zeller deixou a estação, a 1 de Setembro, por considerar que a entrada do grupo espanhol Prisa na Media Capital poderá ter a médio e a longo prazo efeitos negativos na independência editoral dos seus meios de informação.
João van Zeller explicou ao jornal “Público”, na edição de 2 de Setembro, que a sua saída se deve às dúvidas que tem sobre os riscos e contingências que a aquisição da Media Capital pela Prisa pode acarretar. Desde “consequências políticas, como a defesa da identidade e da soberania, até à fragilização dos meios da Media Capital, que poderão ser afectados a nível cultural, linguístico e editorial”.
Num artigo de opinião, que publicou no “Expresso” de dia 3, intitulado “Brecha no ‘porta-aviões’ do quarto poder”, João van Zeller desenvolve as suas preocupações num sentido político, afirmando que a operação de compra só foi possível “graças a cumplicidades políticas entre os partidos e os governos socialistas” de Portugal e de Espanha.
João van Zeller abandonou também a presidência da RETI, a rede emissora da TVI, e a da Confederação Portuguesa de Meios de Comunicação Social.