A memória, a obra e o pensamento de Maria Lamas em Congresso

O Movimento Democrático de Mulheres (MDM) promove, a 22 de Maio, no Porto, um Congresso dedicado à memória e à obra da escritora e jornalista Maria Lamas.

A iniciativa, que decorre entre as 9 e as 18 horas de sábado, na Biblioteca Municipal Almeida Garrett (Jardins do Palácio de Cristal), no Porto, visa, segundo o MDM, contribuir “para a inserção do pensamento de Maria Lamas nas correntes e teorias sociais e feministas” na era da globalização, bem como ser “um estímulo ao grande debate de ideias em torno do(s) feminismo(s) e seu contributo para a transformação da sociedade.”

Maria Lamas foi presidente do MDM e uma destacada militante da causa das mulheres, tendo dedicado a sua vida e obra à luta por direitos económicos, cívicos, sociais e políticos.

Saudação do SJ

O Sindicato dos Jornalistas, cujo presidente, Alfredo Maia, integra a Comissão de Honra do Congresso, saudou a “feliz iniciativa” do MDM, lembrando que Maria Lamas foi uma “cidadã de corpo inteiro, escritora e jornalista, cívica e politicamente comprometida”, que representa “um exemplo de empenhamento no estudo e na compreensão dos problemas, mas também de denodada participação na resolução das suas causas e na transformação da Sociedade.”

É o seguinte o texto, na íntegra, da saudação do SJ ao Congresso:

O Sindicato dos Jornalistas saúda o Congresso “A Memória, a Obra e o Pensamento de Maria Lamas”, feliz iniciativa do Movimento Democrático de Mulheres.

Cidadã de corpo inteiro, escritora e jornalista, cívica e politicamente comprometida, Maria Lamas é um exemplo de empenhamento no estudo e na compreensão dos problemas, mas também de denodada participação na resolução das suas causas e na transformação da Sociedade.

O Sindicato dos Jornalistas, que representa um número muito significativo de mulheres jornalistas, saúda a luta de Maria Lamas pelo derrube das barreiras injustas e inaceitáveis que impediam – e de certa maneira ainda continuam a impedir, em alguns domínios – homens e mulheres de partilharem a tarefa comum de construir uma Sociedade mais justa e mais solidária.

Entre os jornalistas, muitos homens e muitas mulheres têm também trabalhado activamente para denunciar discriminações e até perseguições em função do sexo, tanto nas empresas como nas organizações de qualquer tipo, tanto na escola como na família.

Inscrevendo com orgulho no seu Código Deontológico a proibição de qualquer discriminação, designadamente em função do sexo, os jornalistas têm contribuído igualmente para evidenciar exemplos positivos de conquista de igualdade de direitos e do reconhecimento das mulheres com parte indispensável à construção de um mundo mais justo, verdadeiramente democrático, de paz e solidariedade.

Homens e mulheres de um tempo concreto, os jornalistas são igualmente vítimas de uma ofensiva crescente aos seus direitos enquanto cidadãos e enquanto trabalhadores, enfrentando também discriminações e violações de conquistas e garantias, designadamente no domínio da maternatidade e da paternidade ou na progressão justa e equitativa na carreira profissional.

Representando homens e mulheres comprometidos com o seu tempo e empenhados no devir da História, o Sindicato dos Jornalistas identifica-se com o ânimo transformador da vida e da obra de Maria Lamas e afirma-se disposto a prosseguir o seu contributo para que a cidadania seja efectivamente mais partilhada e consequente.

Porto, 22 de Maio de 2004

A Direcção

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