ONU lança guia para jornalistas encarregados de cobrir desastres

As Nações Unidas disponibilizaram na Internet a publicação “Disaster through a different lens”, um guia para a cobertura jornalística de desastres, que procura sensibilizar a classe para o uso de termos mais adequados aquando da divulgação de informação acerca destes acontecimentos.

Destinado a repórteres e órgãos de comunicação que pretendam saber mais acerca dos momentos urgentes, aterrorizadores e muitas vezes trágicos em que populações humanas se confrontam com as forças da natureza, este manual começa por aconselhar os jornalistas a evitar o uso do termo “desastre natural”, dando preferência a designações como “desastre” ou “fenómeno natural”.

Tudo porque há um aspecto importante a ter em conta: os terramotos, erupções vulcânicas e cheias são fenómenos naturais, mas apenas se tornam desastres se a resposta humana aos mesmos não for a mais adequada, se as autoridades e as populações tiverem apenas uma cultura de reacção e não uma cultura de prevenção.

“Uma erupção vulcânica no meio da selva, por exemplo, é um fenómeno natural. Mas se essa erupção tiver lugar junto a uma grande cidade tem o potencial de se transformar num desastre, ameaçando as vidas de centenas de milhares de pessoas”, exemplifica o guia, explicando que “os desastres são sobretudo induzidos por humanos, e são cada vez mais desencadeados por actividades humanas como a desflorestação, a urbanização rápida, a degradação ambiental e as alterações climáticas”.

Ao longo das quase 200 páginas da obra, são abordados temas como “O que é preciso saber acerca da redução de risco de desastre”, “A redução de risco de desastre e os media” ou “Lições de redução de risco de desastre a partir de quatro desastres”, o do tsunami do Oceano Índico, o do Monte Pinatubo, nas Filipinas, o do furacão Katrina, nos EUA, e o do terramoto de Caxemira, no Paquistão.

O guia possui ainda informação útil acerca de fenómenos naturais como avalanches, secas, terramotos, cheias, furacões, ciclones, tufões, desmoronamentos, tornados, tsunamis, erupções vulcânicas e fogos florestais, bem como um guia de recursos sobre redução de risco de desastre e anexos vários, um dos quais intitulado “A corrupção custa vidas”.

Publicado com o apoio da União Europeia, este guia foi escrito por Brigitte Leoni, do departamento de comunicação da Estratégia Internacional para Redução de Desastres das Nações Unidas (UNISDR), em colaboração com o ex-jornalista Tim Radford e o consultor Mark Schulman, contando com o contributo de diversos especialistas.

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